ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 19.05.1999.
Aos dezenove dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Guilherme Barbosa, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela Maffei e Paulo Brum. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gilberto Batista, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sonia Saraí e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Trigésima Terceira Sessão Ordinária e da Primeira Sessão Extraordinária, que, juntamente com as Atas das Trigésima Primeira e Trigésima Segunda Sessões Ordinárias e da Décima Sessão Solene, foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 54/99 (Processo nº 1603/99); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, os Pedidos de Informações nºs 70, 71 e 72/99 (Processos nºs 1534, 1535 e 1568/99, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 50/99 (Processo nº 1569/99); pelo Vereador Cyro Martini, o Projeto de Resolução nº 24/99 (Processo nº 1580/99); pelo Vereador Pedro Américo Leal, o Projeto de Resolução nº 22/99 (Processo nº 1541/99). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 04/99, do Senhor João Luiz Vargas, Presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa do Estado/RS; 09/99, do Senhor José Ricardo Calza Caporal, Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA; 09/99, da Senhora Marina Helena Durganti, Presidenta do Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre - SINDICÂMARA; 39/99, do Senhor Paulo Pimenta, Presidente da Comissão de Finanças e Planejamento da Assembléia Legislativo do Estado/RS. Na ocasião, o Vereador Cláudio Sebenelo manifestou-se acerca da sonorização do Plenário Otávio Rocha. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Sandra Badia de Oliveira, Presidenta da Sociedade União Pelotense São Francisco de Paula, que discorreu acerca do trabalho realizado pela entidade que preside, no encaminhamento e auxílio de despesas funerárias de pessoas carentes, reivindicando o recebimento de verba permanente do Poder Público, com a finalidade de assegurar a continuidade dessas atividades. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças das Senhoras Leda Biasoli, Lili Buccoll, Léa Fernandes e Maria Amaral, integrantes da Sociedade União Pelotense São Francisco de Paula. Também, o Vereador Cláudio Sebenelo formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a concessão de tempo para manifestação dos Senhores Vereadores, tendo os Vereadores Cláudio Sebenelo, Carlos Alberto Garcia, Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Reginaldo Pujol, Paulo Brum, João Dib e Elói Guimarães manifestado-se acerca do tema tratado em Tribuna Popular. Às quatorze horas e vinte e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados as quatorze horas e vinte e dois minutos, constatada a existência de “quorum”. Após, por solicitação do Vereador Adeli Sell, foi feito um minuto de silêncio em face do falecimento do escritor Dias Gomes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 15/99, discutido pelos Vereadores José Valdir e Antônio Losada; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/98, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 34/99, este discutido pelo Vereador Adeli Sell, 36 e 40/99, este discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 42/99, este discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo, e 43/99, este discutido pelo Vereador Antônio Losada. Ainda, no período de Pauta, manifestou-se a Vereadora Maristela Maffei. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença da Vereadora Marli Rosek, Secretária da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Santa Rosa/RS, e do time de basquete do Northland Baptist Bible College, da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia referiu-se à visita a esta Câmara efetuada pelos alunos da Universidade de Wisconsin, dos Estados Unidos, destacando o trabalho de intercâmbio realizado por esses jovens na evangelização e combate às drogas e anunciando a proposta do grupo de construir uma igreja no Bairro Ponta Grossa. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 89/98 (Processo nº 1877/98). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestou-se a respeito do documento encaminhado à Casa pelo Prefeito Municipal de Porto Alegre, relativo a declarações efetuadas por Sua Excelência quanto ao Poder Legislativo. Também, criticou resposta do Executivo Municipal para Pedido de Informações de sua autoria, sobre viagem a Cuba de funcionário da Secretaria Municipal da Administração. O Vereador Lauro Hagemann leu e comentou editorial do Jornal Adverso, dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS -, intitulado “Compromissos de uma Universidade”, onde é criticado o projeto governamental de regulamentação da autonomia das universidades, com a apresentação de restrições que tal processo representa à qualidade e à liberdade acadêmicas. A seguir, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Também, foram apregoados o Requerimento do Vereador João Motta, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Giovani Gregol, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, e o Ofício nº 259/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando o cancelamento de sua viagem a Assunção, Paraguai, e solicitando seja desconsiderado o Ofício nº 255/99, onde solicita autorização para a referida viagem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz comentou matéria publicada no Jornal Gazeta Mercantil, intitulada “Trenzinho da alegria no Banrisul”, afirmando ter havido improbidade administrativa e falta de transparência no processo de criação de cargos junto àquele Banco, trazendo vantagens para militantes do Partido dos Trabalhadores. O Vereador Guilherme Barbosa contraditou o pronunciamento do Vereador Luiz Braz, acerca do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, e falou sobre reunião ocorrida ontem na Casa, com o Senhor Prefeito Municipal, para tratar da política do Governo Federal no referente à retirada de recursos financeiros e à falta de financiamentos aos municípios. O Vereador João Dib registrou visita efetuada ontem à Casa pelo Prefeito Municipal. Ainda, teceu considerações quanto ao uso de cartas-contrato para a contratação de servidores pela Secretaria Municipal da Saúde, sobre o crescimento observado no número de funcionários públicos municipais e sobre o aumento de receitas de capital das propostas orçamentária da Prefeitura. O Vereador Gilberto Batista analisou questões referentes à segurança pública em Porto Alegre e, apontando problemas enfrentados pela Brigada Militar, descreveu a falta de condições materiais para o atendimento à população e as dificuldades encontradas pelos policiais militares para a realização adequada de suas atividades. Em prosseguimento, nos termos da letra “f” do § 1º do artigo 94 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Hélio Corbellini, que relatou viagem realizada a Brasília nos dias treze e quatorze do corrente, juntamente com os Vereadores Helena Bonumá e Tereza Franco, para representar externamente este Legislativo na IV Conferência Nacional de Direitos Humanos. Após, foi apregoado Requerimento do Vereador Guilherme Barbosa, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando seja votada em destaque a Emenda nº 13 do Projeto de Resolução nº 32/97 (Processo 3176/97). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia pronunciou-se acerca do controle de trânsito em Porto Alegre e dos fiscais da Empresa Pública de Transporte e Circulação, enaltecendo a campanha desenvolvida pelos jornais da Cidade para estimular a troca dos “kits” de primeiros socorros dos carros pelo novo Código Nacional de Trânsito. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado o Requerimento verbal do Vereador Antonio Hohlfeldt, anteriormente apregoado, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 89/98, após ser discutido pelos Vereadores Elói Guimarães, Luiz Braz, João Dib e Antônio Losada e encaminhado à votação pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, tendo o Vereador Paulo Brum cedido seu tempo de discussão ao Vereador Luiz Braz. A seguir, foi aprovada a Emenda nº 01 aposta a este Projeto. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 02/99, por dezoito votos SIM e nove votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Cláudio Sebenelo, Luiz Braz, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn e Lauro Hagemann, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, este com Declaração de Voto, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Renato Guimarães, Sonia Saraí e Giovani Gregol e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Eliseu Sabino, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Tereza Franco. Em Discussão Geral e Votação, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 32/97, que teve sua votação adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, do Vereador Guilherme Barbosa. Durante a apreciação do Projeto de Resolução nº 32/97, o Senhor Presidente, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Pedro Américo Leal e Juarez Pinheiro, prestou esclarecimentos a respeito da impossibilidade de aposição de Emendas a este Projeto durante a atual fase de tramitação do mesmo. Também, os trabalhos estiveram suspensos das dezessete horas e vinte e cinco minutos às dezessete horas e trinta e cinco minutos, face Requerimento verbal formulado pelo Vereador Juarez Pinheiro e deferido pelo Senhor Presidente. Foi aprovado o Requerimento nº 122/99 (Processo nº 1692/99 – destinação do período de Comunicações para homenagear o primeiro aniversário da concessionária Fiat “Via Porto” em Porto Alegre), de autoria do Vereador Paulo Brum, por doze votos SIM, quatro votos NÃO e seis ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Paulo Brum, Renato Guimarães e Giovani Gregol, Não os Vereadores João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro e Pedro Américo Leal e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Maristela Maffei e Sonia Saraí. Foi aprovado o Requerimento nº 120/99 (Processo nº 1654/99 – destinação do período de Grande Expediente para abordagem do tema “Anistia”), de autoria do Vereador Antônio Losada. Foi aprovado Requerimento do Vereador Cyro Martini, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 54/98 (Processo nº 1316/98). Foi aprovado o Requerimento nº 86/99 (Processo nº 1275/99 – Moção de Repúdio à Guerra dos Bálcãs, patrocinada pela OTAN), de autoria do Vereador Guilherme Barbosa, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães e João Dib. Foi aprovado o Requerimento nº 106/99 (Processo nº 1480/99 – Moção de Apoio aos trabalhadores dos Correios, tendo em vista a campanha preventiva para combater a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT), de autoria do Vereador Antônio Losada. Foi aprovado o Requerimento nº 111/99 (Processo nº 1563/99 – Grande Expediente para homenagear o Ano Internacional do Idoso), de autoria do Vereador Adeli Sell. Foi apregoado o Requerimento nº 108/99 (Processo nº 1505/99 – Moção de Repúdio pelas declarações do Prefeito Raul Pont, publicadas no Jornal Gazeta Mercantil, quando considerou dispensável o Parlamento), o qual foi retirado pelo Autor, tendo o Vereador Guilherme Barbosa manifestado-se a respeito. Às dezoito horas e doze minutos, foi rejeitada a prorrogação da presente Sessão e o Senhor declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro, Paulo Brum, Adeli Sell e Isaac Ainhorn e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Eliseu Sabino. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Estão abertos os trabalhos da 37ª Sessão
Ordinária.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Gostaria de fazer o registro do talento,
da competência e do bom gosto do nosso funcionário Paulo que nos brindou com a
Nona Sinfonia de Beethoven, antes do início da Sessão. É maravilhoso uma pessoa
gostar do trabalho que faz.
O SR. PRESIDENTE: Com certeza, a sensibilidade de V. Exa. é
também a de seus colegas.
Passamos
à
A
Sra. Sandra Badia de Oliveira, Presidente da Sociedade União Pelotense São
Francisco de Paula, fala sobre o Enterro do Pobre.
Acompanham
a Presidente a Sra. Leda Biasoli, que é Vice-Presidente da Entidade e a Sra.
Lili Buccoll, Tesoureira; além das Sras. Lea Fernandes e Maria Amaral, membros
da Diretoria.
A
Sra. Sandra Badia de Oliveira está com a palavra, pelo tempo regimental de 10
minutos.
A SRA. SANDRA BADIA DE OLIVEIRA: Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de
Porto Alegre, Srs. Vereadores e, em especial, ao Ver. Luiz Braz que nos fez o
convite para participarmos desta reunião; Senhoras e Senhores. Na qualidade de
Presidente da Sociedade União Pelotense São Francisco de Paula - Enterro do
Pobre, venho mais uma vez a esta Casa.
A
Sociedade nasceu, nesta Capital, pela mão de cinco senhoras pelotenses, em 29
de junho de 1934, há 65 anos. É de Utilidade Pública Federal, Estadual e
Municipal desde o ano de 1958. Sendo a única Entidade no Brasil com esta
finalidade.
Tem
o nome de São Francisco de Paula em homenagem ao padroeiro de Pelotas, mas não
temos nenhum vínculo com aquela Cidade, nossa ação se desenvolve na Capital.
O
objetivo da nossa Entidade é dar um enterro digno aos carentes de Porto Alegre
e Grande Porto Alegre.
Como
é de conhecimento geral, passamos por uma crise nacional de falta de verba em
todos os setores, principalmente nas entidades assistenciais. Nós vivemos da
colaboração da sociedade, sócios e alguns deputados que, de vez em quando, se
lembram de nós.
A
Sociedade forneceu, nos anos de 1996 a 1998, três mil quatrocentos e dezesseis
caixões funerários; e neste ano de 1999, até esta data, já foram
fornecidos 474 caixões, e estamos
apenas no mês de maio. E o preço dos mesmos varia de vinte a noventa e cinco
reais.
Desde
o início de nossas atividades contamos com a colaboração da Santa Casa, que nos
fornece o sepultamento no Campo Santo.
Temos
carência de uma caminhonete fúnebre, pois hoje contamos com apenas dois
veículos para os inúmeros atendimentos. Sendo uma contribuição da Prefeitura
Municipal o fornecimento do motorista, do combustível e da garagem.
Contar
com auxílios esporádicos não nos dá receita segura e suficiente. Por esse
motivo estamos aqui nesta Tribuna Popular para solicitar que nos incluam, ainda
que seja em uma pequena parcela, com um auxílio permanente, a fim de que uma
entidade de sessenta e cinco anos de existência e de trabalhos prestados à
comunidade possa continuar suas atividades, e não tenha que chegar ao extremo
de fechar suas portas.
Certa
de que esse pedido será acolhido por esta Casa com o máximo carinho, agradeço a
atenção de todos os presentes. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos a Sra. Sandra Badia de Oliveira
para fazer parte da Mesa.
Consultamos
as Lideranças se desejam fazer alguma manifestação com relação ao tema da
Tribuna Popular.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Proponho à Mesa que o tempo destinado a cada Bancada seja limitado
em, no máximo, trinta segundos, já que o mérito da obra dessas cinco senhoras
que fazem o Enterro do Pobre é tão imenso, que não pode ser medido em tempo.
Que a Mesa abra pelo menos quinze segundos.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Cláudio Sebenelo, eu não tenho
competência para deliberar sobre isso, eis que o Regimento estabelece que as
intervenções sejam através de Comunicação de Líder, e havia uma orientação - da
Mesa Diretora anterior - de que isso
não fosse possibilitado dessa forma. Mas atendendo à solicitação de V.
Exa., vou tomar a liberalidade, até, de consultar os Senhores Líderes
presentes, se é possível, de forma excepcional, eis que não desejo tornar isso
praxe, pois nem tenho competência para tanto, consultando, se não houver por
parte dos Líderes presentes, dos Partidos presentes, nenhuma oposição à
proposta de V. Exa. - e quero dizer, Ver. Cláudio Sebenelo, de forma
absolutamente excepcional, porque não tenho competência para passar por cima do
Regimento -, eu consentiria uma breve intervenção para cada Bancada. Eu
consulto os Senhores Líderes neste momento, se há alguma oposição a esse
posicionamento. E não havendo, eu consulto o Ver. Carlos Alberto Garcia se após
a intervenção do Ver. Cláudio Sebenelo,
V. Exa. poderia - para que não haja ainda mais intervenções - fazer a sua intervenção, V. Exa. já seria o
segundo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Só quero registrar que talvez uma das
coisas mais comoventes é esse trabalho feito sem as mínimas condições, mas é
feito, é prestado. E muitas vezes, sim, pela carência, pelas dificuldades, as
pessoas que fazem esse trabalho sobre-humano, fazem isso com tanto carinho, é
uma coisa tão humana, e é tão representativa para a sociedade, que nós,
Vereadores, somos obrigados a manifestar toda a nossa solidariedade e nós vamos
fazer todo o esforço nesse sentido, essa é a nossa promessa e eu vou falar com
cada Vereador, para conseguir aquilo
que a senhora reivindica. Parabéns pelo seu trabalho.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. Cláudio Sebenelo. O
próximo orador é o Ver. Carlos Alberto Garcia da Bancada do PSB.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, durante
vinte anos, como V. Exa. sabe, nós trabalhamos no Colégio das Dores, que fica
quase que ao lado ali da Sociedade. E no ano passado nós ficamos sabendo que
foram mais de 2000 enterros. Então, acho que é um trabalho muito meritório, e o
que eu sugiro e até uma proposta, que nós possamos ter, os Líderes das diversas
Bancadas dessa Casa, uma reunião com o Prefeito, ou o Vice-Prefeito - já há algum tempo foi discutida uma questão
de uma verba para a APAE, para de ver de que maneira a APAE poderia ser
inserida no Orçamento Participativo. E eu acho que é o mesmo caso dessa
Instituição que presta um serviço
anônimo diuturnamente, independente de sábado, domingo e feriado até às 17
horas como eu sei.
Por
isso, então, o nosso encaminhamento no sentido de que as Lideranças possam
fazer uma reunião com o Sr. Prefeito.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. Carlos Alberto Garcia. Com
a palavra o Ver. Lauro Hagemann, Líder
do PPS.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Sra. Sandra Abadia de
Oliveira, eu quero ver se ajudo a Mesa a elidir o problema, fazendo um pedido
para que o pronunciamento da Sra. Sandra Abadia seja distribuído às Lideranças
partidárias, para que tomem conhecimento do apelo feito e que, na medida da
nossa possibilidade, possamos ajudar
essa obra meritória, que todo mundo sabe
o bem que representa para a população pobre.
Sentimo-nos sensibilizados com esse atendimento, porque é um caso
humanitário e a Sociedade União
Pelotense São Francisco de Paula, o tradicional Enterro do Pobre, vem prestando
esse benefício a nossa coletividade de forma exemplar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito que as providências sejam
tomadas pela Diretoria Legislativa, eis que o seu Requerimento está deferido.
A
Vera. Maristela Maffei está com a palavra.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, existem
momentos, no dito popular, que, quando a gente sente dor, apelamos a Deus. Essa
Instituição presta um trabalho, e eu que moro na periferia sei que as pessoas,
às vezes, ficam desesperadas num
momento da dor, porque não sabem
a quem recorrer. Mas nós sabemos onde recorrer. E isso aconteceu, nesta semana mesmo, quando uma
família precisou de apoio e nós recorremos a essa Entidade. Eu acho que esse é
um compromisso não apenas de vocês, mas da Prefeitura e, também, da iniciativa
privada.
Nós
temos que buscar isso nos órgãos públicos, mas buscarmos, também, com muita precisão, na iniciativa privada,
pois temos tantos meios para isso na iniciativa privada. Registro essa posição,
porque o apoio é fundamental, porque é realmente nos momentos de dor que a gente sente a necessidade, então é um
trabalho louvável. Muito obrigada.
(Não
revisto pelo oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, quero
lamentar, pois encontrava-me no meu gabinete, atendendo a uma comissão que me
visitava e não pude estar presente quando a Presidente Sandra Badia de
Oliveira se manifestou. Pelo sistema de alto-falante da Casa, eu ouvi a sua
fala e apressei-me em chegar no
Plenário em tempo para prestar a minha solidariedade a essa movimentação que
brota no Legislativo da Cidade em prol da manutenção de uma atividade
extremamente meritória, que merece todo o nosso aplauso. Estamos numa época em
que no Brasil inteiro procura-se desestabilizar a chamada máfia das funerárias
que, em todo o território
brasileiro, transforma esse momento
doloroso das famílias num momento de mera exploração comercial, indo até o
crime, como é o caso que se registra no Rio de Janeiro; e que aqui em Porto Alegre, há tempo, vem sendo atendido pela Sociedade
União Pelotense São Francisco de Paula.
Então,
o PFL, evidentemente, soma-se às demais Bancadas, e apenas lamenta não ter
podido, de corpo presente, ouvir a manifestação da Presidência, para poder
aplaudi-la na ocasião.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Paulo Brum, por gentileza.
O SR. PAULO BRUM: Sra. Sandra Badia de Oliveira, Presidenta
da Sociedade União Pelotense São Francisco de Paula, do nosso querido Enterro
dos Pobres, em nome da Bancada do PTB queremo-nos somar a estas proposições
trazidas pelos nossos Colegas. Queremos dizer de forma carinhosa que durante
longos anos trabalhei na assessoria do Deputado Sérgio Zambiasi e somos
testemunha do belo trabalho que vocês vêm realizando em prol da comunidade
carente da nossa Porto Alegre e do nosso Rio Grande. Quero que a Senhora leve a
certeza que nós da Bancada do PTB estamos atentos, na busca de possibilitar
melhores condições para que vocês
possam continuar desenvolvendo este belo trabalho que vêm desenvolvendo em
nossa comunidade. Obrigado pela
presença.
O SR.
PRESIDENTE: Pela
Bancada do PPB, tem a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Caro Presidente Juarez Pinheiro, Senhora
Presidenta Sandra Badia de Oliveira, conheço o trabalho da Sociedade União
Pelotense São Francisco de Paula e merece o apoio não só da minha Bancada, mas
de toda a Casa. Também o Executivo Municipal deve ser pressionado por esta Casa
para que dê auxílio, como no passado já aconteceu. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Elói Guimarães, pela Bancada do PDT.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Queremos consignar para os Anais a
importância da entidade, já do conhecimento da população pelo serviço
denominado Enterro dos Pobres. Então, Sra. Sandra Badia de Oliveira, receba os
nossos cumprimentos e que a entidade continue sempre nessa sua linha, na defesa
daqueles despojados e que precisam, nessas horas, do auxílio que a instituição
vem prestando.
O SR. PRESIDENTE: Esta Casa sentiu-se extremamente honrada
com a presença dessa entidade que tão grandes préstimos têm feito à população
carente da nossa Cidade. Estão suspensos os trabalhos para que as Lideranças
possam despedir-se da Presidente e dos demais membros da diretoria da Sociedade
União Pelotense São Francisco de Paula.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h21min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h22min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro um minuto de
silêncio pela trágica morte de Dias Gomes, um dos grandes dramaturgos deste
País. Ele foi uma marca na história da literatura e, também, da televisão
brasileira.
Por
isso, requeiro a homenagem pelo passamento desse brasileiro, Dias Gomes.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Adeli Sell, com certeza V. Exa.
expressa, neste momento, o sentimento desta Casa, pois Dias Gomes foi uma
pessoa importante da dramaturgia brasileira, que faleceu de forma trágica
recentemente. Deferimos o seu Requerimento e solicitamos a todos que, em pé,
façamos um minuto de silêncio em homenagem à memória dessa dramaturgo que
deixou o seu nome marcado para sempre na vida da cultura brasileira.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
1ª SESSÃO
PROC.
0813/99 – SUBSTITUTIVO Nº 02,
que dispõe sobre a comercialização, circulação e manutenção de cães
considerados ferozes e nocivos ao homem e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
015/99, ambos de autoria do Ver. Hélio Corbellini.
3ª SESSÃO
PROC.
3296/98 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/98, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que dispõe sobre a implantação de helipontos, de acordo com o desenvolvimento
urbano do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC.
1248/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 034/99, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
dispõe sobre a oficialização do evento Feira de Artesanato da Alfândega no
Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01.
PROC.
1292/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/99, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Omar Lima
Dias.
PROC.
1386/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/99, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Martinho
Alexandre Reis Álvares da Silva.
PROC.
1422/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 042/99, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
autoriza o Executivo Municipal a erigir busto em homenagem ao padre-cientista
Roberto Landell de Moura.
PROC.
1459/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que
denomina Praça Luiz Castro da Silva um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, dois
assuntos me trazem a esta tribuna da relação de Pauta de hoje.
E
eu queria ressaltar o Projeto do Ver. Luiz Braz, que propõe a criação de um
busto em homenagem ao nosso grande cientista Roberto Landell de Moura. Porto
Alegre já tem uma Rua, na Tristeza, com o nome do Padre Landell de Moura, que foi, Vera. Sonia Saraí, uma das
figuras maravilhosas desta Cidade, pelo
seu talento voltado para a eletrônica. Quem
falou pela primeira vez, em Porto Alegre, sobre aparelhagens,
aparelhagens que inclusive mais tarde seriam as precursoras da televisão, foi o
Padre Landell de Moura. Na época em que Marconi fazia a ligação a cabo, sem
fio, entre Roma e Rio de Janeiro, aqui em Porto Alegre o Padre Landell de Moura
já dava início a pesquisas, já tinha descoberto, inclusive, não só as ondas
hertziannas, por rádio, rádio mesmo. Ele é um dos grandes precursores da nossa
moderna radiofonia.
Nos
nossos currículos, na nossa educação, são esquecidos esses grandes vultos, ao
ponto de as nossas crianças, hoje, não saberem quem foi Landell de Moura. Padre
Roberto Landell de Moura foi uma das imensas figuras da nossa ciência; um
pesquisador autodidata que fez verdadeiras maravilhas. Não foi reconhecido em
muitas coisas que ele havia inventado. Em aparelhos eletrônicos, ele é um
precursor da nossa eletrônica moderna. Aqui, não houve justiça, nem o registro ou a divulgação
adequada para uma pessoa de tanto talento e que tanto nos honrou, sendo
reconhecido, inclusive, em alguns
países da Europa.
O
segundo assunto que queria falar e me referir com todo o carinho e com imensa
satisfação é sobre o Titulo de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Martinho
Alexandre Álvares da Silva, Dr. Martinho, meu querido colega, um amigo de todas
as horas, um grande médico que hoje
ocupa o cargo de Presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul e está
marcando a sua vida, está marcando a Cidade de Porto Alegre, está marcando a
Associação Médica do Rio Grande do Sul, na sua administração, com uma das
melhores coisas que uma sociedade pode receber de uma agremiação: um teatro.
Porto Alegre vai ter um teatro na Av. Ipiranga.
Temos
tão poucos teatros na Cidade, uma arte cênica, que não podemos deixar de valorizar
como sendo, talvez, a maior expressão gestualística do ser humano, a maior
representação que temos, nós, que somos representantes, nós que reproduzimos a
arte cênica do Legislativo, temos num novo teatro na Cidade, como recentemente
ganhamos o teatro do SESI, ganhamos o
da Associação Médica, agora.
Isso
é uma maravilha, é desenvolvimento, é cultura, arte e lazer para o
porto-alegrense.
Estas
iniciativas têm que ser consagradas.
Por
isso, a iniciativa do Ver. Isaac Ainhorn de conceder ao cidadão de Minas
Gerais, Sr. Martinho Alexandre Alvares da Silva, Presidente da Associação
Médica do Rio Grande do Sul, o título de Cidadão de Porto Alegre, sumamente
merecido, por alguém que escolheu Porto Alegre para, inclusive, na sua gestão,
construir uma das obras mais lindas que se pode fazer em relação á cultura
brasileira, que é a construção de um teatro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. José Valdir para
discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
quero-me somar ao Ver. Hélio Corbellini em relação às preocupações que
apresentou no Projeto que dispõe sobre a comercialização, circulação e
manutenção de cães da raça Pit Bull e Rottweiler.
Tenho,
inclusive, uma situação parecida na minha rua, onde os moradores estão em
sobressalto, pois há um cão extremamente raivoso, de um vizinho, que está no
pátio, e todos os vizinhos têm muito
medo de uma criança passar por ali ou de o cachorro se soltar, como já
aconteceu: o cachorro se soltou e estraçalhou um cachorro menor. Os vizinhos se
perguntam: “Se fosse uma criança?”
Essa
situação está, cada vez mais, avolumando-se em nossa Cidade. Eu penso que essa
situação não está descolada de uma situação mais geral que estamos vivendo em
nossa sociedade. Na nossa sociedade nós vivemos numa paranóia de segurança. Eu
não sei o que é mais grave: se a violência urbana ou o medo dela. As duas
coisas estão infernizando a vida do ser humano, especialmente nas grandes
cidades, neste final do século XX.
Essa
paranóia está levando o ser humano a atitudes que beiram à irracionalidade. Eu
trago, como exemplo, uma situação que ocorre
nos blocos próximos a casa onde eu moro: para chegarmos no quarto andar
temos que passar - não é figura de expressão - por sete chaves.
Esses
dias, eu fui visitar um amigo e, para chegar ao quarto andar - são prédios
baixos -, sete portas foram abertas. É uma verdadeira paranóia o medo que toma
conta das pessoas e que as leva a adotar esse tipo de postura, utilizando,
inclusive, a ciência.
Eu
estava lendo a justificativa e o histórico que o Ver. Hélio Corbellini colocou
no seu Projeto, que são muito interessantes: o ser humano utiliza a ciência
para aperfeiçoar, entre aspas, raças de cães e criar verdadeiras feras. Quando
se vêem os filmes de ficção em que um cientista maluco cria uma fera que passa a ameaçar a sociedade e depois não
consegue mais controlar - filmes que misturam ficção e terror -, fica-se
pensando que isso é pura imaginação. Pois eu acho que, na questão das raças aperfeiçoadas,
entre aspas, de cães, nós estamos vivendo algo parecido, quando se utiliza a
ciência, “aperfeiçoa” e desenvolve uma fera para guarnecer a casa de cidadãos
que se sentem ameaçados. Eu acho que a questão desses cães, dessas raças ditas
aperfeiçoadas, essas feras que estão sendo colocadas impunemente para guardar
residências, benfeitorias - e até mesmo em fábricas tem-se utilizado -, temos
que dar um paradeiro, temos que adotar medidas que coíbam esse tipo de
iniciativa, porque são feras. E já está
provado que, muitas vezes, não tem como controlar essa feras. Eu acho que esse é mais um capítulo, mais um
elemento nessa paranóia, esse medo da violência que nos leva a adotar mecanismos que acabam gerando mais violência
ainda. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila ): Registramos a presença da nobre Vera.
Marli Rosek, Secretária da Mesa Diretora da Câmara de Santa Rosa, pertencente
à Bancada do PSDB. Sinta-se à vontade.
A
Vera. Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria de me ater a
dois Projetos em tramitação na Casa. Primeiro, eu acho que uma das grandes
coisas que está acontecendo é o Projeto
de autoria do Ver. Renato Guimarães, que está instituindo o Prêmio Quilombo dos
Palmares. Eu acredito, apesar de o Vereador não estar presente neste
momento, que ele foi muito feliz na sua
Exposição de Motivos, que diz que o” Prêmio Quilombo dos Palmares, por si só,
deve justificar-se. Infelizmente, sabemos que poucos movimentos
contestatórios da nossa história são
conhecidos, discutidos e lembrados”. E é verdade, porque, infelizmente, no
nosso País, na nossa rotina educacional, sempre tivemos acesso a muitas
histórias, mas as verdadeiras histórias e os verdadeiros construtores da nossa
sociedade, de outros segmentos, de outros entendimentos, infelizmente poucos
foram lembrados. Portanto, lembrar mais uma vez do nosso grande Quilombo dos
Palmares que, tão longe, mas tão presente a sua história, já pensava no repartir aquilo que deveria
ser de todos. Parabéns pelo mérito e, com certeza todas as Bancadas serão
favoráveis.
Por outro lado, quero trazer aqui o Projeto
do Ver. Jocelin Azambuja, que trata sobre a regulamentação das questões que
dizem respeito à publicidade. Gostaria de lembrar que, no artigo 37 da
Constituição, está muito claro quem deve legislar sobre essa matéria. Diz o
seguinte a resposta do Executivo: (Lê.) “A legislação é clara, os Poderes são exercidos com independência e
autonomia. Cada um dos Poderes possui funções que são exercidas com
exclusividade, independência e autonomia. Assim, atos de administração são
realizados pelo Poder Executivo, atos de legislação do Poder Legislativo e o
exercício da jurisdição cumpre ao Poder Judiciário. Qualquer transposição
desses limites caracteriza violação ao princípio de separação de Poderes.”
E
aí, quero ater-me à questão política, do significado e do que tem no bojo, por
trás desse Projeto. Parece que a propositura de um Projeto regulador,
limitativo dos atos administrativos públicos advém da inconformidade do
legislador em ver publicada, pelo Poder Executivo, a informação de que as obras
realizadas pelo Poder Público sofrem exame, debate e definição prévia pela
comunidade. Tais informações, contudo, são fundamentais, não podendo ser
suprimidas, pois será injusto não atribuir à comunidade porto-alegrense a
autoria dos projetos executados pelo administrador.
Portanto,
Senhoras e Senhores, não é preciso discernir muito sobre essa matéria. É uma
pena que o nobre Ver. Jocelin Azambuja não esteja presente, pois sempre que
está, faz belos debates, mas é
importante que se diga que cada vez fica mais claro que aquilo que é executado
é publicitado, e com certeza essas publicidades têm o aval e a soberania da
população de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: Desculpe interrompê-la, mas V. Exa.
poderia ater-se ao Projeto em Pauta.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Era essa a intervenção que eu gostaria de
colocar. Acredito que a comunidade de Porto Alegre está atenta ao que se passa
e às interpretações de cada Projeto. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. SECRETÁRIO (Adeli Sell): Registramos a presença do Northland
Baptist Bible College- Pioneer Men’s
Varsity Basketball Roster - com o seu treinador Dennis Scott e outros membros
da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Carlos Alberto Garcia ocupa a
Liderança do Partido Socialista Brasileiro, com a anuência do Ver. Antônio
Losada.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para
nós que somos Vereadores ligados à área desportiva é motivo de orgulho e
alegria receber nesta tarde os alunos
da Universidade do Estado de Wisconsin, Cidade de Pembine. Estes acadêmicos,
jogadores de basquete, estão aqui em Porto Alegre numa missão de intercâmbio,
uma missão cuja meta principal é evangelizar, trazer a boa nova, uma mensagem
cristã ao povo de nossa Cidade. Dentro dessa visão cristã e humanitária, eles
estão se propondo, ao longo da semana, a fazer um trabalho de evangelização e
em cada clínica, em cada lugar onde estão, fazer um debate, uma discussão sobre
uma campanha antidrogas e para dizer o
quanto elas são nocivas à saúde, pois
sabemos que hoje a droga é um dos maiores males que incide em nosso
mundo e em nossa juventude. Estes jovens estão também com a missão de construir
igrejas, estão atuando na Igreja Batista Fundamental, situada na Av. Wenceslau
Escobar, n.º 3407. Eles estão-se propondo a construir uma igreja no Bairro
Ponta Grossa.
Registro
a presença aqui, do Pastor Roger Crawder que, recentemente, fez o curso de
doutorado também nessa Universidade.
Estes
universitários, hoje pela manhã, tiveram a oportunidade de fazer uma
clínica, no Ginásio Tesourinha, com
alunos do Município de Porto Alegre. Amanhã eles estarão atuando em clínicas em
algumas escolas estaduais. Na sexta-feira, haverá um jogo entre os
universitários da Faculdade de Educação Física do IPA e essa Universidade.
Depois, haverá um encontro com os acadêmicos e mais a Pastoral Metodista,
havendo um congraçamento entre metodistas e batistas. No sábado, no Centro
Comunitário da Vila Elisabeth, eles terão a oportunidade de reunir mais de
duzentas crianças, da comunidade do Sarandi, para fazer uma clínica juntamente
com os acadêmicos do IPA. Durante esta semana estes acadêmicos estão nesse
trabalho de evangelização, de uma construção.
Ao
longo de suas vidas, todos eles, para passar pela sua faculdade, têm de fazer
este trabalho missionário. Eles vão decidir, ao longo do tempo. Alguns deles
farão o Curso de Educação Física, outros só irão para a parte missionária. O
detalhe mais significativo é que cada um deles traz consigo e vai levar por
toda a vida esta visão missionária e o compromisso cristão de levar a boa
nova a todos aqueles que queiram ouvir
a sua palavra, porque, em síntese, esta é a mensagem maior destes
universitários: é levar a boa nova, é levar uma palavra de conforto a todos
aqueles que buscam e querem ouvir a palavra do Sr. Jesus Cristo.
Portanto,
Sr. Presidente, mais uma vez queremos ressaltar a alegria - e eu me permito
falar em nome desta Câmara Municipal, neste momento - da Cidade de Porto Alegre
em receber cada um dos Senhores nesta semana, aqui em Porto Alegre. Esperamos,
ao retornarem, que este intercâmbio que foi construído possa ser cada vez mais
ampliado. A Cidade de Porto Alegre agradece a visita dos Senhores. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós queremos endossar as palavras do
nobre Líder do PSB, que falou em nome da Mesa, da Câmara Municipal, do orgulho
que sentimos em receber tão ilustres personalidades na Cidade de Porto Alegre.
A Câmara Municipal encontra-se engalanada com a presença dos Senhores.
Antes
de passar a palavra ao próximo orador, queremos apregoar uma Emenda de um
Projeto que vai ser votado ainda nesta Sessão.
Apregoamos
a Emenda nº 01 ao PLL nº 89/98 - Proc. nº 1877/98. A Emenda é de autoria do
Ver. Antonio Hohlfeldt, onde ele pede a supressão da seguinte expressão: (Lê.)
“...formalizando-se o contrato pelo Sindicato da categoria, procedendo-se o
registro competente junto a Secretaria Municipal dos Transportes - SMT.” É isso que o Vereador quer que seja
suprimido. “No § 2º e acrescente-se ao § 2º três incisos, remunerando-se os
demais, se necessário, com as seguintes redações: ‘§ 2º - Inciso 1º: os
impedimentos supra devem ser de caráter permanente; Inciso 2º: o arrendamento
referido somente poderá ocorrer se o arrendatário for motorista cadastrado na
Secretaria Municipal dos Transportes; Inciso 3º: o contrato será formalizado
entre o permissionário e o arrendatário na presença do Sindicato da categoria e
será procedido o registro do mesmo junto a Secretaria Municipal dos
Transportes.’
Justificativa:
Trata-se de impor regras mais objetivas para o arrendamento das permissões para
a exploração do serviço de táxi, em Porto Alegre. Sala do Plenário, 19 de maio
de 1999.
(a) Ver.
Antonio Hohlfeldt,
Líder
do PSDB.”
O
Ver. Antônio Losada está com a palavra. para discutir a Pauta.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
queremos registrar o nosso apoio ao
Projeto, em primeira Sessão de Pauta, Substitutivo nº 02 ao PLL nº
015/99, Proc. nº 8l3/99, que dispõe sobre a comercialização, circulação e manutenção
de cães considerados ferozes e nocivos ao homem e dá outras providências, de autoria do Ver. Hélio Corbellini - merece
o nosso aplauso.
Mas
a razão principal de ocuparmos a tribuna neste período de Pauta é para
prestarmos uma homenagem ao Sr. Luiz Castro da Silva, falecido em 1998.
Trata-se de uma homenagem traduzida no PLL
nº 043/99, Proc. nº 1459/99, de nossa autoria, que denomina a Praça Luiz
Castro da Silva um logradouro público localizado no Bairro Farrapos. O objetivo
desta homenagem é registrar a gratidão da comunidade do Bairro Navegantes a um
líder operário metalúrgico que trabalhou em diversas fábricas daquela região.
Desempenhou, sempre, no interior dessas fábricas, um papel importante no que
diz respeito à organização dos trabalhadores dessas fábricas, além de
prestigiar e organizar a entidade sindical dos metalúrgicos. Luiz Castro deu
uma enorme contribuição ao movimento sindical, à organização dos trabalhadores
naquela região. Após aposentar-se como metalúrgico, levou toda aquela
experiência que adquiriu no meio fabril, toda aquela experiência de
solidariedade, toda aquela experiência de contribuir para que a consciência dos
trabalhadores metalúrgicos se elevasse. Essa consciência levou para o Bairro
Farrapos, onde foi o fundador. Ali, desempenhou, também, com muita sabedoria,
presteza e solidariedade, um trabalho de organização junto àquela comunidade.
Ajudou a fundar a Associação Comunitária do Bairro Farrapos, ajudou nas
diversas campanhas para creches, recreações e outras atividades de interesse da
comunidade.
O
Sr. Luís Carlos sempre deu sua contribuição significativa, procurando promover
os moradores daquele Bairro. Já que se trata de um trabalhador, de um líder
comunitário, de um ex-líder sindical que nunca teve a oportunidade de ocupar
grandes espaços na mídia e nos meios de comunicação, hoje nós lembramos este
nome como merecedor do nosso registro, do nosso aplauso e da gravação do seu
nome em uma praça daquela região. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero
agradecer aos nossos visitantes americanos pela bela camiseta que nos deixaram
como lembrança.
Eu
gostaria de tratar do Projeto do Ver. Luiz Braz, que oficializa a Feira de
Artesanato da Praça da Alfândega. Eu não vejo nenhum óbice nessa oficialização,
porque ela já é uma feira tradicional na nossa Cidade. Há algum tempo ela
estava na Ladeira e hoje está na Praça da Alfândega.
Talvez,
nós tenhamos que discutir, meu caro Ver. Luiz Braz, com a Administração, a
forma ideal da sua localização ali na Praça, para que ela não seja um elemento
perturbador daquele belo, magnífico espaço público, que é a Praça da Alfândega.
Que tenha também nas suas bancas, no seu material, um controle de qualidade e
que tenha ali, de fato, a beleza
daquela praça num novo formato, numa qualificação das próprias bancas, porque
isso também é um atrativo para quem vem de fora, para o turista. Eu falei da
qualidade, reconheço a qualidade dos objetos ali vendidos, mas, sem dúvida
nenhuma, temos sempre que estar atentos
para isso, porque há uma tentação para
as facilidades, e se é uma feira de artesanato, ela deve ser, Ver. João Dib -
que já dirigiu a Cidade - uma feira de artesanato.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Agradeço a referência
que V. Exa. faz ao Projeto e quero dizer que o texto está colocado para que
possamos discutir e para que os adendos possam ser feitos. Eu mesmo recomendei a
todos os artesãos que fizessem contatos com todos os Vereadores e com a
Administração, a fim de que pudéssemos tirar o melhor texto possível para eles
e para a Cidade.
O SR. ADELI SELL: Sem dúvida nenhuma, creio até que
já foi marcada uma agenda conosco,
quero conversar com a Administração.
E
quero lembrar, Vereador, que é necessário discutir um elemento que é
complementar à feira, que é a questão da segurança nesse local da nossa Cidade.
Temos um grave problema de insegurança, hoje, na sociedade, permito-me
inclusive discordar do Vereador da minha Bancada, José Valdir, não se trata de
uma paranóia sobre a questão da
insegurança e da violência, ela é real. Ontem, recebi no gabinete uma Comissão do Centro da
Cidade, que falou sobre assaltos sistemáticos. Vamos lembrar que dias atrás
aprovamos uma Moção de Solidariedade ao Destacamento Especial do Centro da
Brigada Militar e à Receita Federal, que trouxeram de volta para seus donos
vinte e três aparelhos celulares. E ali na praça temos recebido informações de
freqüentes problemas de insegurança. E
a feira estando ali - com uma discussão
permanente com o Poder Público -, uma devida fiscalização e, evidentemente, uma
interligação com o Poder Público Municipal, com a comunidade, com os usuários,
melhoraria, e vai melhorar,
sensivelmente a questão da segurança naquele local. E é preciso essa discussão
politizada, essa discussão com aquela comunidade de trabalhadores ali, para que
eles nos ajudem, nos auxiliem, e que não aconteça o que está acontecendo em alguns
lugares no Centro da Cidade, onde o meliante, o mão- grande, o punguista, faz
ameaças ao vendedor, ao camelô, ao comerciante, ao artesão. Nós temos que criar
esta consciência nesse segmento de trabalhadores honrados, que ganham o seu pão
justamente ali, na feira do artesanato, para que eles nos auxiliem nessa
questão fundamental para os dias de hoje, que é a segurança do cidadão.
Portanto,
eu creio que nós devemos, Ver. João Dib, aperfeiçoar o Projeto naquilo que for
necessário e ter essa ligação com o Poder Público local.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, quando V. Exa. fala em artesanato, eu lembro
de arte, lembro de música, e quando lembro de música, gostaria de lembrar a
feira do disco de V. Exa.: quando vai ser?
Eu quero ir lá bater palmas no dia da abertura da mesma.
O SR. ADELI SELL: Segundo informações da Secretaria
Municipal da Cultura, está sendo encaminhado - e eu também espero -, o quanto
antes, na mesma Praça da Alfândega, junto aos artesãos e ao povo de Porto
Alegre, sem um atrapalhar o outro, nós termos a nossa grande feira do disco.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, depois
dos equívocos verbais do Prefeito Raul Pont, dias atrás, contra os Vereadores e
esta Casa, e a correção, ao menos parcial, desses equívocos, através da
correspondência enviada ao Presidente Ver. Nereu D’Ávila, nós tivemos ontem a
surpresa da visita do Prefeito a esta Casa, e, como dizia o Ver. Luiz Braz, que
bom que ele viesse mais vezes a esta Casa, talvez melhorasse a convivência
entre os dois Poderes. Mas isso não tem impedido, Sr. Presidente e Sr s.
Vereadores, que, aparentemente, o Prefeito Raul Pont continue querendo escapar
de responder alguns Pedidos de Informações que Vereadores de oposição fazem.
Eu
apresentei em 19 de março deste ano, um Pedido de Informações indagando se no
ano de 1998 a Secretaria Municipal da
Administração teria autorizado
algum servidor a participar do V Encontro Internacional de Ciências Penais
em Cuba. Eu indagava que servidores seriam esses, os seus cargos, os
cursos que possuíam para justificar a ida até o Encontro Internacional de Ciências Penais, em Havana.
Perguntava também se o servidor teria recebido diárias, pedi as cópias dos
boletins de despesas, se haveria
relatório da viagem, como, aliás, consta da obrigação do servidor fazer - da mesma forma que nós, Vereadores
-, e colocava que gostaria de ler a
cópia do relatório. Para minha
surpresa, o Prefeito
assina, no dia 06 de maio, o Ofício nº
224 respondendo-me apenas o seguinte: (Lê.) “Não existe possibilidade
para formulação de resposta, tendo em vista que, na questão, não foi indicado o nome do servidor que poderia
ter participado do V Encontro
Internacional de Ciências Penais”. Eu
não sei se mando o Prefeito ler o Diário Oficial do Município de Porto Alegre,
do dia 15 de janeiro, sexta-feira, se
mando o Prefeito perguntar ao Secretário da
Administração ou se, ao contrário, interpreto que há tanta má-fé
na tentativa de escapar à resposta,
que se chega ao cúmulo de se preferir atestar ignorância. Agora, o fato de o
Prefeito não ser capaz de, com a
assessoria do seu Secretário e do seu
segundo escalão, saber quem foi a Cuba, talvez abra uma outra questão: talvez não tenha sido um
servidor, talvez tenham sido vários
servidores, e tantos que talvez o
Prefeito não queira responder, talvez
em condições tão diferenciadas ou descumprindo o que a legislação específica mostra, que talvez
o Prefeito prefira tergiversar.
Essa é, tipicamente, Ver. João Dib, uma resposta de tergiversação. Se
eu soubesse claramente quem era,
eu não precisaria perguntar; se eu quisesse só saber
isso, eu não precisava perguntar. Eventualmente, eu posso ser chato, mas não sou burro, com
toda a certeza.
Aliás,
o Prefeito Collares sempre dizia que eu incomodava mais, com os meus Pedidos
de Informações, sozinho, do que
a maioria dos Vereadores. Eu
cumpria aquilo que é básico do Vereador, que é a fiscalização. E, todos nós sabemos - as Ciências Sociais
têm isso como base -, nós colhemos as respostas segundo a pergunta. Se eu fizer
uma pergunta fácil, a resposta é fácil; se eu quiser ir mais fundo na resposta,
eu faço uma pergunta mais difícil. Se o Prefeito não quer responder, por um ou
por outro motivo, ele responde assim, como fez aqui, tergiversando. Só que eu
vou insistir! Vou repetir exatamente o
mesmo Pedido de Informações, anexando a cópia e, agora, incluindo um segundo
Pedido de Informações, querendo saber exatamente se a Prefeitura não tem
controle da saída de funcionários ao exterior, se a Prefeitura não tem controle
de diárias pagas a funcionários, mas, sobretudo, se o Prefeito não consegue
fazer com que o Secretário da Administração e os seus escalões inferiores sejam
capazes de responder a uma pergunta simples, ao menos na aparência. A não ser
que ela encubra na sua resposta alguma coisa bem mais complicada.
Eu
não esperava esse tipo de resposta, eu esperava uma resposta normal: foi
fulano, foi sicrano, fez assim, fez assado, ficou tantos dias, recebeu ou não
diárias. Agora, esse tipo de resposta, se pensa que vai travar a indagação, é o
contrário: agora a minha curiosidade de repórter e de Vereador está
extremamente provocada. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O
Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, venho à tribuna, hoje, para ler um editorial do jornal dos docentes
da nossa Universidade Federal, o Jornal Adverso. O título é: “Compromissos de
uma Universidade”. Diz o seguinte: (Lê.)
“A
regulamentação da autonomia universitária está às nossas portas e, segundo
nossa avaliação - já divulgada - vai implodir o sistema universitário, abrindo
a possibilidade de as universidades autonomamente caminharem em direção ao
suicídio como universidades públicas.
Neste
quadro, resta o balcão de negócios e, falando nisso, o ‘affair’ causado pela
pesquisa CEPA-UFRGS-RBS-Montadoras é emblemático do que pode se transformar
nossa ainda universidade pública, gratuita e de qualidade.
A
oligarquia das comunicações na Região Sul (RBS), com sua credibilidade
crescentemente abalada, procura a UFRGS para caucionar ‘tecnicamente’ o seu
combate ferrenho contra o Governo do Estado recém-eleito.
Na
coreografia da manipulação, procura o CEPA (Centro de Estudos e Pesquisa Administrativa),
que atua em pesquisa de mercado para fazer pesquisa de opinião. São duas formas
de sondagem bem distintas. A pesquisa de opinião sobre a postura do Governo do
Estado em relação às montadoras é de um primarismo e de uma manipulação
grosseira. Talvez ela comporte o ditado: ‘O freguês no nosso estabelecimento é
Rei’.
Só
que há um pequeno detalhe: somos uma universidade e temos compromisso com
algumas regras de procedimento como:
1º
- A área que trabalha com pesquisa de opinião é a de Ciências Sociais.
2º
- Quem encomenda a pesquisa não pode intervir
na liberdade acadêmica no que
tange à formulação dos questionários, bem como a análise dos resultados. Neste
caso, temos duas situações possíveis em relação à referida pesquisa: a) Ou o
CEPA não tem competência para fazer pesquisa de opinião e, portanto, não
deveria tê-la feito ou, b) o CEPA se prestou à manipulação, usando
indevidamente o nome da nossa universidade para caucionar a posição da RBS.
3º
- As pesquisas feitas pela universidade necessariamente devem ser objeto de
análise com o instrumental cientifico da área em questão. Senão, para que
servem o desenvolvimento das disciplinas e o nosso papel de ponta no
conhecimento?
Alguns
acontecimentos como esse mostram no que pode se transformar a universidade se
vigorar o projeto de autonomia do MEC. Ou seja, aquelas pessoas no qual o povo
investiu para fazer ciência, transmitir conhecimentos e buscar alternativas
para os problemas do País terão que, para manter a instituição e se manter,
correr atrás de recursos, buscando-os onde estão (junto aos ricos),
sacrificando assim o rigor cientifico, a qualidade e, principalmente, um bem
que para nós é muito precioso: a liberdade acadêmica.”
Esse editorial do jornal “Adverso”, dos docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, está causando um grande rebuliço no meio da Universidade, reações as mais disparatadas, porque coloca os pingos nos “is” a respeito daquela pesquisa, entre aspas, que foi feita com relação às montadoras, encomendada pela RBS e que tanto mal-estar causou nos meios acadêmicos da nossa Universidade. Eu queria ler na íntegra o editorial, para que ele ficasse não só registrado, mas do conhecimento daqueles que nos assistem através do Canal 16. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
estivemos conversando com as Lideranças e, para ganhar tempo, já que elas vão
se suceder as orações dos Líderes, queremos propor que na Ordem do Dia se
invertessem a ordem dos trabalhos, de comum acordo, começando pelo Processo da
folha 6, PLL nº 089/98 - já há acordo
entre as diferentes Bancadas; retomando o Processo da folha 9, PLE nº 002/99,
e, depois, passando para o Processo da folha 11, PR nº 032/97, referente às
alterações do Regimento.
O SR. PRESIDENTE: Eu tenho que me informar, Vereador,
porque já havíamos iniciado a discussão do PLE nº 002/99, e eu não sei se há
problema.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Se houver inversão, para nós não há
problema, mas parece que não há problema legal.
O SR. PRESIDENTE: Então, com a inversão, a ordem dos
trabalhos ficaria assim: PLL nº 089/98, PLE nº 002/99 e o PR nº 032/97.
O
Ver. João Motta solicita licença para tratamento de saúde no dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. João Motta, e dada posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
Com
relação ao Projeto de Decreto Legislativo nº 011/99, que autoriza o Prefeito Municipal a se ausentar do País
de 20 a 21 de maio de 1999, informo ao Plenário que estamos recebendo, neste momento,
o Ofício nº 259/99/GP, do Paço dos Açorianos, com o seguinte teor: (Lê.)
“Sr.
Presidente, ao cumprimentá-lo respeitosamente, informo que, por suspensão do
vôo, foi impossibilitada a minha viagem a Assunção, Paraguai. Portanto,
solicito que seja desconsiderado o Ofício de nº 255/GP, de 17/05/99, onde foi
solicitada a autorização para a referida viagem. Atenciosas saudações.
(a) Raul Pont,
Prefeito.”
Diante
disso, eu informo aos Srs. Vereadores, que não haverá a discussão geral e a
votação do Projeto de Decreto de Legislativo nº 011/99, constante da Ordem do
Dia de hoje.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Nereu D’Ávila, Presidente da Casa,
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, nós discutimos aqui, na semana passada, Ver.
Pedro Américo Leal, um caso de improbidade administrativa, e ficou comprovado,
de acordo com o Plenário, que naquele caso não havia, mas, na ocasião, foram
dados alguns exemplos de improbidade administrativa.
Eu
quero trazer aqui um problema que acontece na administração pública estadual e
que é um caso de improbidade administrativa. Por isso mesmo, os Srs. Vereadores
devem, de uma forma ou de outra, estar
acompanhando o desenrolar desse caso. Ele foi divulgado no jornal Gazeta Mercantil.
Leio
o texto para que V. Exas. tomem ciência do que está acontecendo no Banrisul. O
título da matéria é “Trenzinho da alegria no Banrisul”. Segue-se: (Lê.)
“Ninguém
conhece as propostas que a Diretoria do Banrisul fará à Assembléia-Geral
convocada ontem para o dia 26 de maio. Os acionistas minoritários querem estar
presentes. Eles estão preocupados com a decisão do Juiz Gustavo Diefenthaler,
que na semana passada suspendeu 70 promoções inesperadas que contemplaram,
inclusive, uma irmã da Deputada Maria do Rosário, a funcionária Sheila Nunes
que, num “by-pass”, pulou de
letra, e com
isso teve seu salário
elevado de R$ 659,32 para R$
2.522,57.
O
Juiz Diefenthaler reconhece que o ‘trenzinho’ poderá prejudicar o Banco, já que
o BANRISUL atravessa uma fase de dificuldades. Com as 70 promoções e os novos
cargos de confiança, aumentará seus custos de pessoal em R$ 2.400.000,00 por
ano, sem necessidade alguma.
O
autor da ação popular, acolhida pelo Juiz Diefenthaler, Sérgio Mendes denuncia
que as 70 promoções foram desenhadas a dedo para militantes ou simpatizantes do
PT. Um ‘trenzinho da alegria’ de começo de mandato, do qual faz parte a criação
de 16 cargos de confiança de livre nomeação da diretoria.”
Esse
texto não foi escrito pelo Ver. Luiz Braz, foi escrito por jornalistas do
Jornal Gazeta Mercantil. E quando chamei a atenção, dizendo que é um caso de
improbidade administrativa, é que, hoje, a legislação atual proíbe essa tal de
ascensão vertical. E o que acontece, aqui, é exatamente isso: ascensão
vertical. Numa penada só, o administrador pega alguém que está num cargo
inferior e o coloca numa posição superior, fazendo, como no caso descrito, que
alguém que ganha R$ 600,00 passe a ganhar R$ 2.500,00, e que os custos do
BANRISUL se elevem R$ 2.400.000,00, sem trazer, na verdade, nenhum benefício
maior para o Banco e ferindo a legislação.
É um caso típico de improbidade administrativa.
Quero
citar uma pessoa, pois é uma das
pessoas de que gosto, convivi com ela durante muito tempo, e agora se elegeu
Deputada Estadual: a ex-Vera. Maria do Rosário, que sempre cobrou das administrações, quando na oposição,
rigorismo para elucidar esses casos.
Tenho
certeza absoluta de que a Deputada Maria do Rosário vai pedir uma sindicância
no BANRISUL para elucidar esse problema, para fazer com que sejam transparentes
os problemas criados no BANRISUL com estas promoções, porque, afinal de contas,
acredito que muito mais do que a serviço de partidos nós temos que estar a
serviço da sociedade, temos que fazer todo o possível para que os atos das
administrações públicas, tanto no Município, quanto no Estado e na União,
possam ser cada vez mais transparentes. E aqui faltou transparência, aqui se
quis beneficiar militantes de um partido político; aqui se quis fazer com que
militantes de um partido político pudessem ter ganhos financeiros, e isto
caracteriza a improbidade administrativa, que discutimos na semana passada.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para uma Comunicação de Líder, pelo PT,
tem a palavra o Ver. Guilherme Barbosa.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais
pessoas que nos acompanham, funcionários do DMAE com os quais tive a satisfação
de trabalhar. Quero dizer algo ao Ver. Luiz Braz, que tem-se notabilizado em
dar divulgação a qualquer informação, sem comprovação, colocando no microfone
como se fosse verdade, e como se ele fosse juiz: não vai precisar sindicância,
Ver. Luiz Braz. A liminar conseguida pelo Senhor que entrou com a ação popular
já foi cassada, porque a ação popular é eivada de inverdades. Já foi cassada
pelo Desembargador Augusto Otávio. Foram vinte e seis comissionamentos, vinte e
quatro descomissionamentos e sete remanejamentos dentro do Banco. Resulta num
acréscimo na folha - em vez de toda esta fortuna que V. Exa. equivocadamente
falou - de R$ 8.000,00. A irmã da Deputada Maria do Rosário foi promovida no
ano passado. Vejam que coisa interessante, na administração do governo que V.
Exa. apóia ou apoiava, e que talvez nunca mais vai ter condição de
apoiar. A promoção se deu no ano
passado, vejam que coisa interessante!
Devemos
ter um pouco mais de seriedade. Este jornal tem uma disputa com o nosso
Partido, já há algum tempo, um diretor
desse jornal, então coloca coisas que não são comprovadas e a liminar já está
revogada. Quando o banco teve a oportunidade de colocar as informações verdadeiras, a liminar foi revogada.
Mas
eu quero trazer a esta tribuna um debate importante. Com a presença do Sr.
Prefeito, ontem, nesta Casa tivemos uma reunião, com a presença de quase todas
as Bancadas, exceção da Bancada do PSDB. O Sr. Prefeito trouxe preocupações,
que são preocupações do Brasil inteiro,
dos prefeitos de todos os partidos. Há uma tendência, hoje, no Brasil, Ver.
Pedro Américo Leal, de se trazer mais encargos para os municípios, ao mesmo
tempo em que se retiram recursos financeiros dos municípios.
Não
é à toa que na quinta-feira da semana
passada houve uma fortíssima mobilização
em Brasília, ocasião em que o Presidente da República recebeu uma
comissão de prefeitos. Havia milhares e milhares de prefeitos, sendo que a
grande maioria é dos partidos que
apóiam o Presidente da República. Só do
Rio Grande do Sul nós tínhamos mais de trezentos prefeitos; 70% dos prefeitos
do nosso Estado estavam nessa manifestação.
São
retirados recursos através da Lei Kandir; são retirados recursos através do
FEF. Há uma decisão do Governo Federal, desde julho do ano passado,
completamente injusta, em que nem os municípios, nem os estados recebem financiamentos, através da Caixa Federal, BNDES ou Banco do
Brasil. Tenham ou não condições essas
prefeituras. E onde temos financiamento para habitação popular? Exatamente na
Caixa Econômica Federal, através dos recursos
do Fundo de Garantia; do BNDES, que trabalha com recursos do FAT, que é
também dinheiro dos trabalhadores.
Houve
uma solicitação, um pedido do Sr. Prefeito, para que a Câmara também pegue
junto nessa mobilização. E aqui eu
reforço o convite do Sr. Prefeito que, eu acho, de certa maneira foi acatado
por todos. Mas nós poderíamos pensar, Sr. Presidente, a partir da reunião de
ontem, numa mobilização da nossa Câmara, que é a Câmara da Capital do nosso
Estado, que tem um peso muito grande,
para que entremos nessa luta, que não é a luta do Prefeito Raul Pont, é a luta
de todos os prefeitos do Brasil inteiro, a luta de todos os prefeitos do nosso
Estado, para que a gente não coloque em
risco a estabilidade financeira que hoje a nossa Prefeitura tem, com muita
luta. Mas não se tem a certeza de que logo adiante nós continuaremos com essa
sanidade financeira.
É
um pedido, Ver. Pedro Américo Leal, é um pedido também de que a mineração seja
uma atribuição das prefeituras. Foi outra reivindicação colocada, e eu
distribui a carta que foi entregue ao
Sr. Presidente. São reivindicações unânimes, não há questão partidária
envolvida. Portanto, a nossa Câmara, que tem uma importância muito forte no
nosso Estado, e até no nosso País, deve
juntar-se a essa mobilização porque ela é suprapartidária. É, na verdade, uma
mobilização em defesa dos municípios do País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
Guilherme Barbosa falou em seriedade. Seriedade é uma coisa que anima a minha
pequena, mas muito aguerrida, Bancada.
Na
visita do Sr. Prefeito, ontem, ficamos muito contentes porque deveria esta
visita, este diálogo, se multiplicar e o Prefeito entender, como parece ter
entendido ontem que a democracia representativa é importante, que o Legislativo
é indispensável. A ele nós dissemos ontem, repetimos hoje, e o nosso passado
assegura que isso é verdade. A minha Bancada, quando se tratar do interesse da
Cidade, está a postos, lépida,
intransigente, para que o projeto seja aprovado. Nós mesmos pedimos urgência em
muitos projetos do Executivo, relatamos para que pudesse ser votado o mais
rápido possível e para que nós tivéssemos resultados para a Cidade. A Cidade
determina os nossos movimentos.
Mas,
por falar em seriedade, nós também ficamos preocupados. Na palestra, o Sr. Prefeito, ontem, deixou transparecer
que aquele atendimento que foi prometido para os auxiliares de enfermagem, para
os médicos e enfermeiros que são chamados para a Prefeitura, por
carta-contrato, o procedimento continuará sendo o mesmo, porque ele
disse que custaria muito para a Prefeitura se os concursados fossem
chamados, e não haveria vagas. Já dissemos desta tribuna, e repito hoje que em
dez dias, nós daremos as condições necessárias para que o Sr. Prefeito chame os
concursados. Nós temos uma Prefeitura que passou de vinte mil para vinte e sete
mil servidores. Não sei em que condições e onde estavam essas vagas todas.
A
Secretaria de Saúde chama nesta semana para os seus quadros, por uma
carta-contrato, um veterinário. Pode ser que seja necessário para o controle de
zoonoses, eu até penso que seja, mas a
Prefeitura também tem veterinários. É preciso, é indispensável entender que não
se monta uma equipe trocando os seus participantes de quatro em quatro meses,
ou de seis em seis meses. Talvez tenhamos muito mais gastos, preparando o
pessoal que depois sai, do que utilizando racionalmente as vagas que pudessem
ser criadas. Um fato ficou claro ontem, todas as propostas orçamentárias da
Prefeitura trazem receitas de capital que não se realizam nunca, e a Prefeitura
tem excesso de arrecadação. Eu reclamava sobre isso, e o Secretário da Fazenda,
Sr. Odir Tonollier, pessoa que respeito e admiro, disse-me que em 1998, o
Governo impediu que se fizesse novos financiamentos e, portanto, as receitas de
capital não se realizaram em 1998. Eu
aceitei, só que em 1997, ele não soube me explicar por que ocorreu; em 1996,
ocorreu o mesmo caso, e eu poderia mencionar até o ano de 1990, sem nenhum
problema. Todos os anos, o Tribunal de Contas diz que a Prefeitura coloca no
Orçamento receita de capital que não se realizou nenhuma vez. É uma forma
difícil e estranha de fazer a proposta orçamentária. Eu não concordo, e o Tribunal
de Contas não concorda, mas mesmo assim dá superávit. Na análise dos três
primeiros meses deste ano, janeiro, fevereiro e março, posso afirmar com toda a
tranqüilidade, vai haver superávit. E eu espero que o Prefeito, sabendo disso,
não pense em mandar aumento de impostos.
Agora,
nós nos colocamos - na mesma hora em
que ele disse que precisaria de apoio do Legislativo junto ao Governo Federal,
junto ao Congresso Nacional - ao lado ao dele, porque a Cidade está acima das
nossas diferenças partidárias. No que se tratar de buscar solução para
problemas desta Cidade, ele pode contar com os 33 Vereadores, sem nenhum
problema. E é por isso que eu gostei, quando o Ver. Guilherme Barbosa tratou do
assunto seriedade. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra, para uma Comunicação de Líder.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Trago a
esta tribuna, no tempo de Comunicação de Líder, um assunto que causa extrema
preocupação para este Vereador. No meu entendimento, a segurança deste Estado
e, por conseqüência, na Cidade de Porto Alegre, está passando por um grande
abandono. Eu posso dizer que, se as autoridades não se voltarem com muito
afinco para este assunto, o Estado do Rio Grande do Sul vai ter desmontada a
questão da segurança.
Estive,
ontem, numa palestra do Rotary do Passo da Areia, e um dos palestrantes era
Oficial da Brigada, que mencionou alguns problemas que a Brigada Militar e a
Polícia Civil, especificamente a Brigada Militar, estão tendo, neste momento.
Pasmem,
Senhores, que há dois dias uma viatura da Brigada Militar, do Comando da Zona
Norte da Cidade de Porto Alegre, prendeu um assaltante. Para fazer a lavratura
do flagrante, no Palácio da Polícia, esses dois policiais, pela burocracia que
existe lá, levaram 24 horas dentro do prédio da Polícia Civil. Vejam, Senhores,
uma viatura da Brigada Militar e dois policiais ficaram 24 horas dentro do
Palácio da Polícia para lavrar um auto de flagrante daquelas pessoas que haviam
prendido. Isso quer dizer que perdemos uma viatura - que serve para fazer o
policiamento ostensivo de nossa Cidade - e dois homens dessa importante
Corporação por 24 horas, só para que fosse lavrado um flagrante.
Há
alguns dias, a imprensa noticiou o descaso com
que o Governo do Estado está tratando os policiais que foram baleados em
serviço. Eles apareceram em cadeiras de rodas, pedindo socorro à Secretaria de
Segurança, para que pudesse auxiliá-los na compra de remédios, nas condições de
vida que se encontram nesse momento. Faço hoje uma pergunta: onde está o
Movimento de Justiça e Direitos Humanos, que tanto é chamado, que tem um papel
importante na nossa sociedade, mas, até esse momento, ainda não se pronunciou
com relação a essa questão? Várias pessoas foram até a Secretaria de Segurança
expor o seu problema. Ontem, esse mesmo Comandante, que tem um caso idêntico na
sua Corporação, foi ao Rotary pedir uma ajuda para que aquele policial pudesse
viver. Colocou, muito claramente, o descaso do Estado no tocante a esse
assunto, o que, realmente, nos deixa muito tristes. É lamentável que isso
ocorra por parte do Governo do Estado. No seu pronunciamento, o Comandante
trouxe outras informações, tais como: o equipamento da Brigada Militar da Zona
Norte de Porto Alegre, os rádios usados pelos brigadianos são emprestados pelos
comerciantes locais. Hoje, a Guarnição da Zona Norte não recebe mais munições
e, possivelmente daqui a alguns dias não receberão mais gasolina. Não obstante
isso, as viaturas que estragam naquele Comando, se não fossem os empresários da
Zona Norte e a população da Cidade, não haveria viatura para policiar,
ostensivamente, aquela região, pois os comerciantes pagam as peças e as
oficinas mecânicas. Além disso, reclamam, muitos oficiais, do meio de
comunicação usado pela Brigada Militar, que este meio, Ver. João Dib, é ultrapassado. Chega a
afirmar o Comandante, num determinado ponto de sua intervenção, Ver. João Bosco Vaz, que o policial que, às vezes, prende o cidadão
na rua e não tem o rádio para fazer comunicação, ironicamente o Comandante
vira-se e diz: “esse policial pega o assaltante pela mão, vai até um orelhão e
disca o 190”. Pelo amor de Deus, ligar
para o 190, que, conforme o Comandante, essa Central vai mandar ligar para a Polícia
Civil. Então, até a informação chegar, o policial vai ficar com o assaltante ou
com a pessoa que ele acha que poderia estar cometendo algum crime, no orelhão.
E na campanha eleitoral deflagram a solução da segurança pública.
E
o Comandante nos alerta, Sr. Presidente, que uma viatura que está na Av. Assis
Brasil não tem como se comunicar com uma viatura que está no bairro Partenon,
porque são redes diferenciadas.
Isso
é um absurdo, é uma falta de política de equipamento da Brigada Militar e da
Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Por isso, convoco a Câmara de
Vereadores, através de todos os Vereadores de todas as Bancadas, assim como
convocou o Ver. Guilherme Barbosa, para que seja tomada uma atitude da Câmara
junto ao Prefeito Raul Pont, para que possamos, também, levar ao Governador do
Estado essa preocupação que é, Sr. Presidente, uma preocupação da nossa
população de Porto Alegre. É uma preocupação justa, porque o índice de
criminalidade aumenta assustadoramente. Mas, se não dão condições de trabalho,
como equipamentos e viaturas, os policiais que ficam 24 horas no Palácio da
Polícia para fazer um auto de flagrante, o que é que vai acontecer, Ver. Paulo
Brum, se estiver alguém sendo assaltado? O policial militar vai fazer “vistas
grossas”, porque ele não vai querer
passar 24 horas no Palácio da Polícia
para fazer um auto de flagrante da prisão de qualquer pessoa que esteja assaltando.
Lamento muito por esse problema que está ocorrendo na Brigada Militar e quero, aqui, deixar a minha preocupação que é uma preocupação de toda a Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a
palavra pelo tempo Especial para relatar a sua viagem a Brasília, onde
participou da IV Conferência Nacional dos Direitos Humanos, nos dias 13 e 14 de
maio do corrente ano.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou
falando em nome da Vera. Helena Bonumá e dos Vereadores membros da Comissão de
Direitos Humanos, que, nos dias 13 e 14 de maio, participamos da IV Conferência
Nacional dos Direitos Humanos com o seguinte lema: “Sem direitos sociais não há
direitos humanos.”
Queremos
deixar nos Anais da Casa a Carta da IV Conferência Nacional de Direitos
Humanos que decidiu encaminhar as
seguintes recomendações: (Lê.)
“
1- Que as entidades de âmbito nacional participantes elaborem e apresentem à
Organização das Nações Unidas relatório não-governamental do Brasil sobre a
implementação no País do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e o Movimento
Nacional de Direitos Humanos ficam responsáveis pela realização de pesquisa e
seminário destinados a fundamentar o relatório. 2 - Que o Governo Federal se empenhe
pela aprovação de um protocolo facultativo, no âmbito da Organização das Nações
Unidas, relativo ao Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que
permita a realização de petições, por parte de grupos e indivíduos, relativas
às violações desses direitos.
3
- Que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em conjunto com
as demais entidades organizadoras desta Conferência, estudem a viabilidade de
peticionar, perante às cortes internacionais, pelo cumprimento dos princípios
do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais pelo Brasil.
4
- Que o Governo brasileiro, por meio da Secretaria de Estado de Direitos
Humanos, tome a iniciativa de incorporar no Programa Nacional dos Direitos
Humanos a temática dos direitos econômicos, sociais e culturais, por meio de um
processo interativo com a sociedade civil.
5
- Que o Governo Federal acolha as recomendações da Conferência de Roma, de
julho de 1998, a respeito do Tribunal Penal Internacional.
6
- Que seja preservada a rede de proteção social e interrompidos os cortes de
recursos públicos para ações sociais, inclusive aqueles provenientes de
instituições financeiras internacionais, que estariam sendo desviadas para o
pagamento de parcelas da dívidas pública.
7
- Que o Sr. Presidente da República assuma o compromisso de proibir o
contingenciamento, na execução do Orçamento de 1999, dos recursos já escassos
para a área social.
8
- Que os membros do Congresso Nacional apóiem proposição a ser apresentada pela
Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados proibindo o
contingenciamento de recursos orçamentários destinados ao atendimento de grupos
vulneráveis da população.
9
- Que o Poder Executivo e Poder Legislativo tomem medidas de política econômica
capazes de promover a retomada do desenvolvimento e a criação de empregos.”
É
evidente que aos Srs. Vereadores que tenham mais interesse nessa temática dos
Direitos Humanos e da atual conjuntura, que receberam esse documento, nós
ousamos sugerir a V. Exas. que leiam as resoluções dos grupos e leiam a
conferência do Sr. José Gregori e Secretário de Estado de Direitos Humanos do
Ministério da Justiça.
Outro
fato que queremos comentar, Sr. Presidente, é que dentre os grupos que foram
formados, aquele que mais foi procurado foi, exatamente, o da Segurança
Pública, que é aquele que talvez tenha chamado a atenção de 40% dos
participantes do Encontro, tal é o problema no Brasil inteiro. É interessante
ler as conclusões para ver o que nós,
na Câmara de Vereadores, podemos fazer.
Eu
trago também de lá, algo que já discutimos ontem na Comissão de Direitos
Humanos, a notícia de um grande abaixo-assinado nacional contra a
comercialização de armas no País. Estou convidando todos os Vereadores que
querem a paz, que querem a fraternidade e que se preocupam com a segurança,
como o Ver. Gilberto Batista - que nos antecedeu e estava cobrando uma medida
da Comissão de Direitos Humanos - a ter em seus gabinetes um abaixo-assinado
contra a comercialização das armas. É uma polêmica que traz controvérsias, vão
ser levantadas as questões do emprego, da fábrica, mas é uma polêmica
necessária que socializemos.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Quero registrar que pela primeira vez recebo de um Vereador não só
a satisfação, mas todo o calhamaço de decisões, que lerei com toda a atenção, porque me interessa muito essa
parte de segurança pública, especialmente essa discussão sobre o problema de
armas que, como V. Exa. disse, é
polêmico. Não só é polêmico como já existe uma legislação avançada e adequada
nesse sentido. O grande problema da arma é a delinqüência e, mais do que isso,
da clandestinidade das armas. Isso é que eu creio que deva ser passado para a
sociedade debater como um todo, e aí chegaremos talvez a soluções até melhores do que as de agora,
que têm sido insuficientes e nós vivemos numa guerra civil não declarada.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Espero que V. Exa. me dê um argumento palpável, porque critico até
o aconselhamento que deu o Chefe da Casa Militar da Presidência da República ao
Presidente da República, admitindo que em dezesseis assaltos, quinze são
vítimas. Vítimas? Mas não tem arma na mão. Hoje em dia o bandido mata pelo
bel-prazer de matar, ele mata porque é sádico, é mau, há uma bandidagem
generalizada no País.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Tem que morrer, não é?.
O Sr. Pedro Américo Leal: Claro, tem que morrer. O bandido tem que
ser exterminado.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sim, Senhor, Vereador. Nós já sabemos.
O Sr. Pedro Américo Leal: Estou dizendo em rádio e televisão, isso.
Esta mensagem estou dando.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Eu sei. Nós vamos ter tempo, eu acho,
para discutir essa matéria. A questão é esta: a arma. Ela foi criada e
inventada pelo homem, Coronel, para sua subsistência; ela não foi criada, nem
inventada para matar semelhantes, absolutamente não foi. Eu convido todos os
Vereadores, amantes da paz, aqueles que querem a fraternidade para que se
engajem nesta campanha de desarmamento, porque está mais do que provado que
morrem mais cidadãos inocentes com armas do que sem armas. E que quem é o
grande fornecedor de armas ao bandido é o cidadão que adquire a arma. É
polêmica a situação, é polêmica a questão, nós sabemos disso, nós vamos ter
tempo para debater, e nós somos livres.
O Sr. Pedro Américo Leal: V.
Exa. está me desafiando. Do Paraguai,
vem três milhões de armas clandestinas.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Eu não o estou desafiando. Sr. Vereador,
eu o desafio, sim, para um debate em outro momento que não é este - este é o
momento de um relato - para que pelo menos se leve à sociedade essa questão,
porque quem tem que decidir é a sociedade, se nós queremos ou não legislação
mais restritiva, mais coercitiva, em cima da arma. Vou passar a cada um dos
Vereadores o abaixo-assinado, também vou passar ao Ver. Pedro Américo Leal, que
eu tenho certeza que tem muitos, daqueles que votam nele, pela sua simpatia,
pela sua vibrante defesa de seus princípios, mas que com certeza divergem dele
nesse aspecto de que o homem tem que se matar entre si.
O Sr. Pedro Américo Leal: Os que votam em mim, votam seguindo as minhas idéias. Eu não pergunto a
ninguém o que vou fazer. V. Exa. sabe disso.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sei disso, mesmo assim eu vou oferecer a
V. Exa. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Apregôo e defiro Requerimento, de autoria
do Ver. Guilherme Barbosa, que solicita
que seja votada em destaque a Emenda nº
13 do PR nº 32/97, Proc. nº
3176/97, referente ao Regimento da
Casa.
O
Ver. Fernando Záchia está com a palavra, em Comunicação de Líder.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
tenho-me reportado a esse assunto nesta tribuna com muita insistência e,
hoje venho, até com alguma alegria e satisfação, falar
da situação dos “azuizinhos”, “pardais” e “caetanos”, que é repetitivo,
nós temos falado e participado desse
grande debate na Cidade de Porto Alegre.
No
início do mês de março fiz uma solicitação quando aqui começava, na Cidade de Porto Alegre, um clima muito acirrado, uma
relação muito difícil e
tensa entre os “azuizinhos” e a
sociedade porto-alegrense. Posteriormente, era anunciado pela EPTC a
instalação e funcionamento dos equipamentos conhecidos como “pardais” e “caetanos”. Naquele
momento, eu entrei com um Pedido de
Providências ao Executivo Municipal solicitando que fosse feita, antes da
instalação e funcionamento dos equipamentos, antes que passassem a multar diretamente
os motoristas porto-alegrenses, uma grande campanha informativa e educativa
para que a população pudesse conscientizar-se da nova realidade do Código Nacional de Trânsito, para que a população pudesse disciplinar-se. Constatava-se uma
rigidez, de uma maneira muito clara,
pela sociedade porto-alegrense,
na ação dos “azuizinhos” de multar os motoristas. Todos nós, Vereadores, EPTC, SMT e, principalmente, a população porto-alegrense,
queremos um trânsito menos
violento.
Por que a minha alegria? Hoje os jornais de Porto Alegre trazem uma campanha propondo a doação de “kits” de primeiros socorros; os equipamentos serão entregues a hospitais, escolas e outras entidades. As pessoas que têm os “kits” de primeiros socorros trocam com os “azuizinhos”, com os fiscais da EPTC, pelo novo Código Nacional de Trânsito. Tenho a convicção de que teremos a capacidade de minimizar a incidência de acidentes no trânsito porto-alegrense se nós, motoristas, tivermos conhecimento das novas leis, se nos for propiciado o acesso ao conhecimento, para sabermos exatamente o que podemos e o que não podemos fazer; e não simplesmente largarmos os motoristas numa cidade que ainda tenta adaptar-se a essa nova cultura, através do novo Código Nacional de Trânsito.
Não
podemos sair por aí de uma maneira afoita, que demonstra a fúria arrecadadora,
e começarmos a multar, através dos “azuizinhos” e principalmente através de “pardais” e “caetanos”, de maneira
exagerada. O que se quer? Todos nós - Vereadores, EPTC, porto-alegrenses,
principalmente os motoristas - queremos condições melhores para que possamos
ter um trânsito melhor, menos violento, com menos acidentes em Porto Alegre.
Aplaudo essas campanhas. Nós pedimos, Vereadores porto-alegrenses, e eu, de
maneira particular, insisti, e até me tornei repetitivo em alguns momentos para
que, através da EPTC, organismo oficial do Município, pudéssemos fazer uma
grande campanha informativa, uma grande campanha educativa, para que a
população porto-alegrense tivesse acesso e conhecimento do que é permitido e do
que não é permitido. Desta maneira, o trânsito poderá estar disciplinado e
teremos um trânsito menos violento.
Apesar
de não ter recebido a informação oficial do Executivo Municipal, que
desconsiderou um Pedido de Providências
feito por um Vereador desta Casa, no dia 8 de março de 1999, apesar de não ter
recebido uma resposta oficial, existe uma resposta extra-oficial que ainda não
chegou nesta Casa, que diz que as campanhas estão planejadas para o futuro. O
futuro chegou, iniciaram-se as campanhas e isto é extremamente importante. As
pessoas estão recebendo o novo Código, estão tendo conhecimento. Esta é uma
maneira objetiva, concreta de diminuir o número de acidentes em Porto Alegre,
conseqüentemente, vai diminuir o número de autuações, vai haver, por parte dos
fiscais, dos “azuizinhos” uma compreensão maior, um diálogo maior com a
população E tem que haver, por parte da EPTC, uma avaliação melhor da instalação e do funcionamento desses
equipamentos. Vamos informar, vamos educar, e não simplesmente multar. O
primeiro passo é esse, é educação, é informação, para que, depois, readquirida
ou adquirida uma nova cultura, a população possa , aí sim, sofrer o que a lei
determina com a instalação de equipamentos, desde que esses equipamentos
estejam funcionando devidamente e de uma maneira correta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
Senhores
Vereadores, conforme Requerimento apregoado anteriormente, houve um
entendimento tácito que a discussão e votação na Ordem do Dia se iniciaria na
ordem das folhas nºs 6, 9 e 11, que são alterações do Regimento desta Casa.
Em
votação o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1877/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/98, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que dá nova redação ao § 2º do art. 7º da Lei nº 3790, de 05 de setembro de
1973, alterada pelas Leis nºs 4002, de 02/07/75; 4160, de 10/09/76; 4387, de
29/12/77; e 6556, de 29/12/89, que estabelece normas para a exploração de
serviços de táxis e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM;
- adiada a discussão por
uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 089/98. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir a matéria.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este
Projeto, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, trata do sistema de táxi em
Porto Alegre, ligado às permissões, com Emenda nº 01. Trata-se de um Projeto
que visa a permitir o arrendamento do táxi, observadas as condições que
estabelecem, pelo menos, dois anos de cadastrado e mais de sessenta e cinco
anos de idade do seu permissionário e que esteja impedido de dirigir em razão
de problemas físicos e psíquicos, devidamente comprovados. Trata-se de um
excelente Projeto, aliás, acho que o autor foi um tanto tímido, nós deveríamos
até aprofundar mais no que respeita à idade. Mas, de qualquer forma, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é um Projeto que vem atender a uma reivindicação
antiga da categoria dos táxis em Porto Alegre. Nós temos, aqui, chamado a
atenção - não é de agora, é de alguma data - para que olhemos para essa
atividade extremamente importante que presta serviço à Cidade de Porto Alegre.
Ontem
tivemos a oportunidade, por iniciativa do Ver. Cláudio Sebenelo, de homenagear
um modelo de trabalhador do sistema de táxi de Porto Alegre, o Sr. Waldemar
Stimamilio, ocasião em que os oradores todos destacaram a importância que
representa para uma cidade ter um eficiente serviço de táxi, uma vez que é um
serviço de utilidade pública.
Então,
este Projeto - observadas as condições nele estabelecidas e na Emenda -, quando
permite que o taxista arrende o táxi, representa uma iniciativa extremamente
justa e adequada. Muitas vezes o taxista, por uma infelicidade da vida, fica
doente. E aí o que fazer, senão buscar arrendar o veículo de forma legal? Nós
sabemos que, muitas vezes, premido por situações como essa, o taxista se vê na
contingência de encontrar uma maneira até irregular de ter um ganho na sua
atividade, na medida em que o táxi continua trabalhando. E muitas vezes perde o
táxi. Há vários casos de taxistas que
buscaram uma forma para continuar tirando dali o sustento de sua família, e
tiveram seus carros perdidos.
Então,
se trata de um Projeto indiscutível, adequado, que faz justiça a uma categoria
de trabalhadores que presta relevantes serviços a nossa Cidade, e contribui,
significativamente, para a qualidade de vida da Cidade. Estamos cansados de
proclamar que o serviço de táxi em Porto Alegre - e vem de longa data - tem
sido considerado, por aqueles que conhecem o sistema em nosso País, um dos
melhores, como um serviço altamente qualificado.
Os
nossos taxistas, além deste papel fundamental, que é o de transportar pessoas,
também atendem a outras finalidades. O taxista é um homem bem informado,
estando, por isso, permanentemente, informando as pessoas, não só sobre a
localização das ruas, mas também sobre assuntos ligados a todas as áreas.
Portanto,
eu cumprimento o autor do Projeto e digo que vamos acompanhar o Projeto e a
Emenda nº 1. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Nereu D’Ávila, Presidente desta
Casa; Ver. Adeli Sell, Secretário; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; Ver.
Antonio Hohlfeldt. Eu não tenho dúvida em votar favoravelmente ao Projeto de V.
Exa., que dá ao motorista autônomo a possibilidade de fazer o arrendamento da
sua permissão.
Eu
mesmo fui autor, algum tempo atrás, de um projeto de lei que possibilitou a
alienação, entre autônomos, também da permissão. Mas eu me questiono muito, Ver. Elói Guimarães, V. Exa. que é
Procurador do Município, sobre o
instituto da permissão nessa legislação. Eu acredito que nesta lei municipal,
ele recebe um tratamento completamente diferenciado daquilo que nós estudamos
quando lemos a respeito da permissão. O que é a permissão? A permissão é um
serviço que alguém da iniciativa privada recebe do poder público para prestar
um serviço que é da responsabilidade do poder público, mas que é permitido para
alguém da iniciativa privada. Só que eu entendo, por tudo aquilo que conheço do
instituto da permissão, que essa permissão não é de propriedade da pessoa que está prestando o serviço. O normal,
o legal, o correto, quanto à permissão,
aquilo que deveria ser tratado
neste instituto, é que quando esta permissão não servisse mais, ela deveria retornar.
E,
até quando fiz a legislação permitindo a transferência entre autônomos, só o fiz porque diz que é através desta
possibilidade de se desvirtuar este instituto da permissão é que o motorista
consegue sua sobrevivência, quando ele não tem
mais a possibilidade de continuar com seu trabalho, dirigindo um táxi.
Ouvindo
essa explicação há algum tempo atrás, até concebi em fazer um projeto de lei fazendo com que houvesse esta
possibilidade: de transferência da permissão. E agora vou votar favorável ao
arrendamento da permissão.
Quero
apenas dizer aos meus Pares, chamo ao debate o Ver. Elói Guimarães, que o faço
votando favoravelmente, sabendo que não estou de acordo, apenas, com a
legalidade no tratamento que é dado a este instituto da permissão, mas voto
favoravelmente, porque acho que é justo.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Acompanho o raciocínio de V. Exa, no que concordo também. Diria que
não estaríamos cometendo nenhum agravo à legislação, estaríamos, como V. Exa já
o fez, na minha opinião, até construindo direito novo, na medida em que V. Exa., também, através do seu
Projeto permitiu a alienação, ou seja, a venda. O Ver. Antonio Hohlfeldt
permite o arrendamento. Então, são duas colaborações trazidas, uma, por V. Exa.
e a outra pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que, na minha opinião, acrescenta
direito novo a esta natureza, que V. Exa. já examinou muito bem, que é a
questão da permissão. A permissão tem este caráter, que não ultrapassa a pessoa
de quem recebeu a permissão.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell ): Ver. Luiz Braz, o Ver. Paulo Brum se
inscreve e cede o seu tempo a V. Exa.
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver. Paulo Brum.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador. ) V. Exa.
e o Ver. Antonio Hohlfeldt, a meu juízo, corretamente, alastraram o campo deste instituto que é a permissão, que é personalíssimo. Eu
acho que está-se procedendo corretamente, porque na realidade, o automóvel é o
patrimônio do taxista. Na maioria das vezes é o único patrimônio que ele
possui. Imaginem ele sem condições de utilizar o veículo, seja pelas razões que
forrem. Ou ele vende, porque é um patrimônio, mas veja bem, ele não está
vendendo a permissão, ele está vendendo o carro, porque essa permissão é do poder público. No meu entender seria um usufruto perpétuo do motorista de táxi.
O SR. LUIZ BRAZ: Até o final da sua existência como profissional do volante e utilizando aquela permissão. Fora disso, acho que não, e acho que aí nós inovamos. Aliás, eu
critiquei muito governos passados, e aqui eu não quero nominar absolutamente
ninguém, mas este instituto da permissão acabou fazendo com que determinadas
pessoas pudessem ganhar muitos recursos,
muito dinheiro. Essa pessoas formaram empresas, através dessas permissões, e
isso tudo através da lei. Eu gostaria,
Ver. João Dib, e V. Exa sabe que eu sou fã de V. Exa como administrador
público, mas eu gostaria, por exemplo, de receber uma série de permissões e
formar uma empresa, porque imaginem o patrimônio que se faz quando se tem uma
empresa formada apenas por permissões. E não
custa absolutamente nada uma permissão. E hoje, quanto custa, Ver. Elói Guimarães?
O Sr. Elói Guimarães: Nós não podemos falar em alienação da
permissão, mas o veículo permissionado, evidentemente, vai depender do seu ano,
mas é, em média, cinqüenta, sessenta, setenta, oitenta mil, e veja, V.
Exa., pode custar cento e cinqüenta
mil, dependendo do carro. Apenas aproveitando a oportunidade deste debate com
V. Exa., a permissão tem um caráter
absolutamente personalíssimo. Mas a origem e as limitações acompanham a permissão, que é a título precário, e
continuará na mão do segundo, terceiro comprador, não importa. Quem adquirir,
Ver. Luiz Braz, vai adquirir não a propriedade, mas o direito de uso de
permissão a título precário. O que afeta a permissão, na sua originalidade,
continua afetando nas transações posteriores.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, nós até concordamos
que seja feito assim, só que, se formos estudar a fundo o instituto da
permissão, vamos ver que ele é personalíssimo. Ele deveria retornar para o
Poder e depois ser concedido novamente. Só que as legislações que temos hoje no
Município, permitem que o Município trate da forma como trata. Eu até ajudei a
fazer esta legislação, como vou ajudar agora, através do voto favorável, para
que haja possibilidade do arrendamento da permissão. Se formos estudar esta
possibilidade a fundo, fazendo uma dissertação sobre o que é o instituto da permissão, vamos ver
que estamos inovando novamente este instituto. Mas, como é para o bem do motorista de táxi, eu penso que deve ser
apenas para o autônomo, para aquele que ganha a sua vida fazendo o seu trabalho
de dirigir o carro o dia inteiro, conduzindo seus passageiros, e não deve ser
para beneficiar empresa nenhuma. Então, para essas pessoas, fizemos a
concessão. Sabemos que, realmente, se formos levar a fundo um estudo a respeito
desse instituto da permissão, realmente, teríamos problemas, até para aprovar
aquele Projeto que foi de minha autoria, e que foi aprovado, como nós vamos
aprovar este Projeto de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O
Ver. João Dib está com a palavra para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Governador da Província de São Pedro do Rio Grande, no ano de 1830, Caetano
Maria Gomes Lopes, dizia: “Chega de leis. As que têm são suficientes, basta que
sejam cumpridas. Lei deve ser fruto da razão, da experiência e da luz.” Nós
temos uma preocupação muito grande em fazer leis. Na verdade, eu já disse desta
tribuna que havia uma necessidade de fazer uma consolidação de tantas leis que
existem neste Município.
Estamos
discutindo, hoje, permissão de táxi. Está lá, na Lei nº 383, de 1951, e nós
estamos fazendo leis. E essa Lei altera a Lei nº 3790, de 5 de setembro,
alterada pelas Leis 4002, de 7 de julho de 1975, alterada pela Lei 4160, de 9
de setembro de 1976, alterada pela Lei 4387 de 29 de dezembro de 1977, e
alterada pela Lei 6556, de 29 de dezembro de 1989. E eu, tanto quanto conheço
leis do transporte público desta Cidade, não duvido que haja uma lei que não
tenha sido incluída nessa relação de alterações de lei.
Quando
eu fui Secretário do Governo, fizemos na Prefeitura o Projeto Sirel, para que
todas as leis pudessem ser consolidadas Para alguém fazer uma alteração na
permissão de um táxi, tem que ter uma enciclopédia, não basta ele buscar uma
lei. E depois, ele vai depender, para
obter essa enciclopédia, do humor de um funcionário, de um servidor da EPTC.
Na
verdade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é justo que o motorista
permissionário de uma placa de táxi possa transferir aos seus herdeiros, mas já
está na lei. Inclusive, na lei maior, no Código Civil, está definido quando
pode. Mas nós estamos fazendo mais leis. E aí
dizem que no passado se deu
permissão para empresas de táxi, que enriqueceram. Eu vou citar uma: a Mahatma
Gandhi, que era uma empresa de caráter social, e que recebeu setenta placas, e
as entregou, porque não pôde manter os setenta taxi. Eu não conheço nenhuma
daquelas empresas que foram aquinhoadas corretamente, classificadas num quase
vestibular, e receberam, na forma na lei, as placas. Não existe mais nenhuma
delas.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, sabe que eu
sou seu admirador. Acho que V. Exa. é um dos maiores administradores públicos
que esta terra já conheceu e aqui, nesta Casa, V. Exa. serve de guia para todos
nós - pelo menos eu me guio pelos seus
exemplos. Mas só que existem administradores e administradores. Há, inclusive,
uma novela onde alguém fica bilionário, ou consegue fortunas através de empresa
de taxi. Eu gostaria muito de ter uma série de permissões nas minhas mãos,
porque hoje representaria uma fortuna, e V. Exa. sabe disso. Agora, é claro, se
eu administrar mal, eu posso administrar uma empresa que gera ouro e jogar tudo fora. O problema é de
administrador.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) A que ano V. Exa. se refere com relação a essas
concessões, essas permissões?
O SR. JOÃO DIB: Srs. Vereadores, sou grato pelos apartes,
que me honraram muito. Na verdade, quando foi feita esta Lei nº 3790, eu era
Vereador nesta Casa, e assisti como foi feita a distribuição. Não participei. O
importante é que se consolidem todas as leis. Há muitas leis neste Município, e
só no transporte público há mais de uma centena de leis que precisam ser
consolidadas. Essa é a proposição que estou fazendo neste momento. Saúde e paz!
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada está com a palavra
para discutir o PLL nº 89/98.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho a
esta tribuna para destacar a importância do Projeto de Lei do Ver. Antonio
Hohlfeldt.
Esse
Projeto vem beneficiar uma categoria
muito sofrida ao longo dos anos, uma categoria de trabalhadores que, como
outras, merece uma aposentadoria
justa, uma Previdência Social que lhe
possibilite, ao alcançar a idade limite para a aposentadoria - ou seja, 65 anos
de idade, ou 35 anos de trabalho, com comprovação de recolhimento para a
Previdência -, um real descanso para si
e o sustento de sua família. Mas, infelizmente, vivemos em um País capitalista,
que utiliza jovens, adultos e idosos para fins de acumulação de lucro e de
exploração.
Passaram
por esta tribuna, comentando esse belíssimo Projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt,
vários Vereadores, e analisaram uma enciclopédia, um verdadeiro coquetel de
leis para justificar a permissão de uso de uma placa dada pelo Poder Público.
Naturalmente que esse tipo de atividade de táxi não é uma atividade que
possibilite, que interesse ao capitalista fazer investimentos. Se isso
realmente interessasse, nós teríamos uma multinacional explorando o serviço de
táxi na nossa Cidade. Mas como a possibilidade de ganho de um motorista,
autônomo ou empregado, é mínima, exatamente essa é a essência do Projeto do Ver.
Antonio Hohlfeldt: que o motorista, ao completar 65 anos de idade, se fizer jus
à sua aposentadoria, terá o direito de arrendar aquela placa que ele recebeu
como permissão de uso. Portanto, Vereador, meus parabéns pelo seu Projeto! Mas
é importante que a gente identifique a real e verdadeira situação de todos os
trabalhadores deste País quando chegam à idade limite da sua capacidade física
para continuar contribuindo com o trabalho. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o PLL 089/98. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para
encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
quero deixar registrado, aqui, que a votação neste momento deste Projeto é um
bom exemplo de como a Casa pode trabalhar em conjunto, independentemente das
diferentes posições de Bancadas.
Nós
já havíamos apresentado este Projeto, no ano passado, quase ao final do ano, a
pedido do Sindicato dos Taxistas. Propositadamente, não insistimos na votação
ainda no final do ano, queríamos deixar a matéria amadurecer. No início deste
ano iniciaram-se algumas conversações e entendemos que, como o Projeto andava
muito devagar em relação às Comissões, caberia, então, o pedido do Artigo 81,
que nos dá a possibilidade da votação direta aqui na Casa. E, assim, a
conversação com o Ver. Guilherme Barbosa, na representação da Bancada de
situação, ponderações absolutamente coerentes que foram trazidas na forma de
uma Emenda, na verdade, sobre três pequenas modificações que nós acatamos
imediatamente. E acho que, com isso, nós fazemos uma correção importante:
muitos proprietários de táxis, por idade, às vezes até em decorrência de um
acidente da própria profissão, ficam impossibilitados de trabalhar eles
próprios no seu veículo e acabam fazendo o arrendamento do táxi de maneira, às
vezes, até irregular. O que estamos propiciando é a possibilidade da
regularização dessas situações, com o acompanhamento da Secretaria, a quem
cabe, evidentemente, a fiscalização, o controle, a responsabilidade do serviço
- são permissões, já diziam os Vereadores Elói Guimarães e Luiz Braz, no debate
anterior -, mas também com a
participação do sindicato, da representação da categoria. Com esses aspectos,
parece-me, cercamos o processo de toda a segurança.
Já
se permitia a possibilidade do arrendamento; incluímos uma cláusula dessa nova
condição em que, permanentemente, haja a impossibilidade de o profissional
trabalhar. Aqui temos, então, o interesse do profissional, o direito e, diria
mais, a obrigação do Poder Público em fazer fiscalização, e a representação da
categoria, que é o sindicato, no acompanhamento do processo.
Nesse
sentido, quero agradecer pelas manifestações dos Vereadores que me antecederam
na tribuna, muito especialmente, o Ver. Guilherme Barbosa que, representando a
Secretaria de Transportes, portanto, o Governo Municipal, entendeu que havia um
mínimo de mérito no Projeto, podia ser complementado, portanto, votado e,
espero, aprovado. Penso que interessa à Cidade, porque legaliza uma situação de
fato, interessa ao profissional, atende à necessidade da fiscalização.
Quero
deixar registrado que sou um Vereador que, nesses anos de presença nesta Casa,
relativamente, apresentei muito poucos projetos de lei. Se verificarem, tenho,
relativamente, poucos projetos. Procuro ser bastante pontual naqueles temas que
me parecem que são importantes. Tenho apresentado muitas emendas, isso sim. Na
condição de membro de alguma Comissão ou de relatoria, procuro contribuir,
naquilo que posso contribuir, com as idéias dos companheiros, com toda a
humildade, querendo apenas, eventualmente, enriquecer, ajudar. Sinto-me
compensado, nesse sentido, pelo entendimento, pelo apoio dos companheiros.
Portanto,
é evidente, encaminho favoravelmente ao Projeto, encaminho favoravelmente à
Emenda, embora assinada por mim, atende exatamente à conversa que tivemos com a
Bancada de situação. Espero que com isso possamos estar atendendo também aos
interesses da Cidade como um todo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 089/98. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 089/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0733/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/99, que altera a redação do art. 6º da Lei
nº 2312, de 15 de dezembro de 1961, que criou o Departamento Municipal de Água
e Esgotos.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM;
- discutiram a matéria os
Vereadores C. Sebenelo, J. Dib, A. Sell, I. Ainhorn, J. B. Vaz, A. Losada, L.
Braz, R. Pujol, P. A. Leal, E. Guimarães e J. Pinheiro.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 002/99. Não
havendo quem queira discutir, em votação. O Ver. João Dib está com a palavra
para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, parece
que os agrônomos estão em alta na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Eu
disse desta tribuna há minutos que a Secretaria Municipal de Saúde, por carta-contrato, tem hoje um
agrônomo.
O
Prefeito de Porto Alegre por toda força faz um projeto de lei, coloca a fotografia, com moldura e tudo, de um
agrônomo. E o Prefeito de Porto Alegre foi alertado no início deste ano por mim
- que já fui Diretor-Geral do DMAE por duas vezes - que era irregular a
colocação de alguém dirigindo o Departamento Municipal de Água e Esgoto que não
fosse engenheiro civil ou engenheiro sanitarista. Mas o Prefeito quer um
agrônomo. Que não era do DMAE. Foi colocado lá por aquele que deixou o
Departamento Municipal de Água e Esgoto para assumir a CORSAN, e o fez trazendo
de fora - podem me dizer que é concursado, eu não estou tirando as qualidades do Sr. Arnaldo Luiz
Dutra, não estou tirando as qualidades que ele possa ter como agrônomo -, ele
não era do DMAE, ele não poderia responder pelo DMAE, ainda mais colocado pelo
Diretor que saía, não pelo Prefeito.
É
estranha, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a força que o Prefeito faz para
colocar um indicado seu que não tem as condições da lei. Mude-se a lei. Está
completamente equivocado o Prefeito.
O
DMAE alcançou prestígio internacional,
tinha um Centro de Estudos de Saneamento Básico e não tem mais, perdeu
muito do seu prestígio porque está sendo usado politicamente.
No
DMAE nunca se fez política, o DMAE sempre se administrou, sempre. E é por isso
que hoje a Cidade tem água distribuída para 98% da população, é por isso que as
hidráulicas tiveram aumentada a capacidade de tratamento, é por isso que temos
o modelo matemático de qualidade das águas do Rio Guaíba; é porque engenheiros
responsáveis dirigiram o DMAE. E esses mesmos engenheiros, inclusive o Dr. José
Joaquim Assunção Neto, dizem - com
exceção do Ver. Guilherme Barbosa, que também foi Diretor do DMAE - que a lei
deve continuar como é.
Eu
diria, como o Ver. João Bosco Vaz disse, que em time que está ganhando não se
mexe. E o DMAE está ganhando para a Cidade de Porto Alegre. O DMAE é um exemplo
em Porto Alegre, em todo o Brasil e fora do Brasil.
Agora,
o Prefeito quer colocar alguém que não tem as condições da Lei; então, ele muda
a Lei. Mas estava funcionando bem. É claro que eu não vi algumas vezes o
decantador transbordar; é claro que eu não vi no meu tempo e de outros o
vazamento de esgoto na Ponta da Cadeia, na praia. É claro, mas, quem sabe, se
nós tivermos engenheiros competentes, civis, ou sanitaristas nós consigamos
manter a qualidade que o DMAE apresenta hoje.
E
esse DMAE foi feito, não por este ou por aquele Prefeito; não por este ou por aquele engenheiro, mas por todos os seus
servidores comandados por engenheiros absolutamente competentes, e eu espero
que continue sendo assim. Eu espero que continue sendo assim, e que esta Casa
negue ao Prefeito a moldura que ele mandou desrespeitando a Casa, com a fotografia
do seu afilhado. Isto é triste para o Legislativo Municipal: receber do
Prefeito a imposição da colocação de um nome que lá está no DMAE e que não
atende ao que determina a Lei vigente. Se ele não pode ser Diretor-Geral do
DMAE, ele não pode responder pela Direção-Geral do DMAE, e lá foi colocado pelo
Eng.º Dieter Wartchow a partir de 01 de janeiro deste ano. Um equívoco do Eng.º
Dieter Wartchow e um desrespeito do Prefeito Municipal com o Legislativo. Saúde
e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta
tentativa através de um Projeto de Lei do Executivo, de permeabilidade do cargo
de Diretor do DMAE a todas as pessoas que possuem curso superior, chega ao
cúmulo de abrir, quem sabe para quem tenha curso de Arte Dramática ou Regência e Composição para tratar de problemas do DMAE. É
indispensável e imprescindível que,
quanto mais especializada a
instituição, mais especializados sejam os seus diretores. O Ver. Guilherme Barbosa, num dos seus
pronunciamentos, perguntava se o Ministro da Saúde era médico. Não, ele é
economista. Em toda a complexidade do Ministério, que atinge todo o território brasileiro, há um economista, mas se perguntarem quem é
o Diretor da Fundação Nacional da
Saúde, V. Exas. verão que é um médico. Quem é o Diretor da
Campanha Nacional contra a Tuberculose? São pessoas formadas e especializadas, ou seja, à medida que especializamos
os cargos, correspondentemente devem-se especializar os seus ocupantes. Da
mesma forma deveria agir o DMAE.
No
entanto, afora esse “trenzinho” hoje denunciado num dos jornais da Capital, nós
sabemos, por exemplo, que o agrônomo responsável pelo DMAE já está exercendo a sua função, mesmo que seja
contra a Lei. Se nós queremos colocar
um agrônomo no DMAE, então que se mude a lei; não que se mude o profissional adequado à lei, vamos rasgar essa Lei e
fazer outra; haverá uma Bancada receptiva, dócil que vai chegar e dizer que vão mudar. Isso é exatamente o contrário do que
deveria ser feito, porque o problema da
água, em Porto Alegre, ainda não é um problema 100% resolvido, e está muito
próximo a outros problemas no Brasil, por vizinhança e por diversos fatos ocorridos.
Inclusive, na Tribuna
Popular, podemos ver que muitas pessoas vêm pedir água potável. É fundamental que as pessoas se
apercebam de que a água, além de ser um
precioso líquido, é também um veículo de moléstias. Torna-se
indispensável que haja um engenheiro sanitarista cuidando desse assunto e,
se não for assim, tem que ser um biólogo, tem que ser um
médico, tem que ser um hidrologista, um bacteriologista, por que não? É
exatamente por aí que deve passar a política de água em Porto Alegre. É fundamental, em vez do casuísmo, do
fisiologismo de inventarem um agrônomo na Direção do DMAE. Então, vamos colocar
um analista de sistemas na Orquestra Sinfônica de Porto Alegre? Essas coisas
não podem ser tratadas dessa forma.
O
Projeto é infeliz e, mais do que isso: toda vez que vimos, nas repartições mais
periféricas, que necessitam de especialistas, afrontarem contra essa
necessidade, constatamos verdadeiros desastres, como ocorreu na Secretaria de
Saúde do Município, como ocorreu na Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande
do Sul. Inclusive, em governos anteriores tivemos dizimada a Seção de
Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde porque pessoas
incompetentes, inadequadas, que não tinham formação médica, foram para lá
achando que deveriam resolver os problemas somente com os seus conhecimentos,
sem ouvir assessores especializados. Isso ocasionou problemas sérios,
importantes na saúde no Rio Grande do Sul. Estes exemplos juntos devem mostrar
o quanto é infeliz esta proposta, o quanto ela é fisiológica e que vem apenas
para resolver uma situação. Temos um agrônomo para dirigir o DMAE. É proibido
por lei? Então, rasga-se a Lei e faz-se outra. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar o PLE nº 002/99, pelo
PTB, tem a palavra o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr. Secretário, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, Senhoras, Senhores, quero saudar o Presidente do
SIMPA que, mais uma vez, nos honra com
a sua presença nas galerias.
Quero
dizer ao Líder da Bancada Petista que, no meu modo de entender, falta seriedade
ao administrador público, quando ele, desta forma como age o Prefeito de Porto
Alegre, não cumpre a Lei, afronta toda a sociedade, em benefício apenas do seu
Partido. Pensa apenas no seu Partido político, não pensa na Cidade! Quer
colocar para dirigir o DMAE, os seus apaniguados, independente, de serem
competentes ou não, de estarem capacitados ou não, de ser legal ou não a sua
investidura. Trazem um agrônomo, alguém que cuidava do DMLU - que é o órgão que
cuida do lixo - para cuidar da água do DMAE. Isso sim, Ver. Guilherme Barbosa,
isso é falta de seriedade!
Aliás,
a mesma seriedade que faltou ao Sr. Prefeito Municipal quando deixou que nós
tivéssemos um prazo exíguo, de menos de quarenta e cinco dias, estamos hoje no
dia 19 de maio, para que nós pudéssemos, aqui, resolver às pressas o problema
do Fundo Previdenciário. Agora, parece que os prefeitos reunidos conseguiram,
do Sr. Presidente da República, que houvesse a dilatação deste prazo. Mas veio
aqui, ontem, correndo, apenas porque estava com sérios problemas para resolver
essa questão previdenciária. Faltavam quarenta e três dias, apenas, para que
ele não tivesse mais como caminhar e olhar para os olhos dos funcionários
públicos municipais, porque não tinha vindo conversar com a Câmara para buscar
uma solução. Ontem veio, mas veio porque já não tinha mais o que fazer. Veio
buscar na Câmara uma solução. Porque não veio no início do ano? Esse problema não
é novo, esse é um problema antigo! Então, isso é falta de seriedade! Falta
seriedade ao homem público e, infelizmente, o que estou vendo, pelo
comportamento dos Srs. Vereadores, é
que - não com o voto deste Vereador ou
o voto do PTB - parece que o Sr.
Prefeito Municipal, mais uma vez, vai conseguir burlar a confiança que foi
depositada nele pelos munícipes porto-alegrenses, porque estes querem que lá na
direção do DMAE esteja alguém que seja capaz de fazer com que o DMAE continue
sendo o mesmo órgão competente que fornece água para Porto Alegre, como o foi
até agora. E isso não foi feito pelo PT. Isso vem de administrações anteriores.
Inclusive,
Ver. Guilherme Barbosa, os moradores da
Chácara da Represa há mais de um mês pediram para que esse agrônomo que dirige
o DMAE desse uma resposta sobre a qualidade da água que é consumida por aquelas
três mil pessoas. E sabe qual foi a resposta que eles
receberam? Nenhuma! Eu acho que o agrônomo não conhece absolutamente nada a
respeito de fornecimento e de qualidade de água, e não pode dar a resposta
necessária, aquela que está sendo esperada pelas três mil pessoas da Chácara da
Represa. Isso é falta de seriedade! Isso é falta de responsabilidade!
E eu peço aos Srs. Vereadores, quando estiverem dando o seu voto hoje, possibilitando que o Sr. Prefeito Municipal torne legal essa estupidez de fazer com que o DMAE seja dirigido por um militante do PT apenas, que por favor raciocinem, pensem na saúde do povo de Porto Alegre, e até na importância que tem o DMAE para todos nós, e que não sirva apenas para que o PT possa fazer política partidária. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para encaminhar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de
início quero afirmar taxativamente que não há nenhuma ilegalidade na
permanência do profissional que responde pela Direção-Geral do DMAE.
Em
1989, eu pedi ao setor jurídico da entidade, e o bacharel Milton Souza, do
quadro do DMAE, concursado e hoje aposentado, deu um parecer dizendo que para
responder pela direção do Departamento poderia ser qualquer profissional de
nível superior, porque eu queria, nas minhas ausências por motivo de viagem,
fortalecer os profissionais do DMAE. Responderam economistas,
administradores, já em 1989, que essa
discussão estava fora. Portanto, nenhuma ilegalidade.
Mas
o Projeto é daqui para frente, não está
em jogo a situação atual que, na nossa visão, é absolutamente regular.
Olhando
este Plenário, vejo o Ver. Elói Guimarães, que é advogado, não está no momento,
e o Ver. Antonio Hohlfeldt, jornalista, ambos Secretários dos Transportes,
e de qualidade, desta Cidade, com
trabalho destacado; o nosso Presidente Ver. Nereu D’Ávila, advogado, foi
Secretário da Indústria e Comércio; no DEMHAB tivemos os Vereadores Reginaldo
Pujol, Dilamar Machado, que já não está conosco, e Hélio Corbellini, nenhum
deles engenheiro e tendo que construir casas para nossa população; no DEP
tivemos a arquiteta Leonora Ulrich, que estava conosco na segunda-feira, e de
passagem destacada naquele departamento. Disse-me o Ver. Lauro Hagemann que um
dos principais Secretários de Saúde do nosso Estado, Lamaison Porto, era
jornalista e também, Ver. Isaac Ainhorn, foi Secretário da Saúde do nosso
Estado, Antenor Ferrari, advogado,
competente secretário.
Na
CORSAN, mais da metade dos Srs. Diretores-Presidentes não eram engenheiros, e a
CORSAN tem, no geral, um bom trabalho. Tudo o que diz o Ver. Luiz Braz não é
verdade, a CORSAN tem um desempenho notável, a água da CORSAN é boa! Ele não
conhece o trabalho dos técnicos da CORSAN.
Ministro
da Agricultura já tivemos o Sr. Delfim Neto, do Partido do Ver. João Dib, que é
economista. Não vale essa conversa, agora, de que Ministro pode. Então há uma
contradição insustentável. O Secretário atual da Secretaria Nacional da
Habitação, Sérgio Cutolo, é
administrador. Para cuidar da habitação? Como é que se explica?
E,
exatamente, quando escutei a intervenção, Ver. Luiz Braz, do Ver. João Dib,
lembrei-me, imediatamente da intervenção do ex-Vereador e advogado Brochado da
Rocha na quarta-feira da semana passada. Ao não conseguir atingir o mérito da
questão, ele falou no processo; não vai
no mérito.
Como
é que alguém pode negar que um médico - e o DMAE tem vários - não poderia ser
diretor-geral do DMAE? Se é alguém que tem a ver com a saúde pública? Quem é
que vai-me dizer que um engenheiro-químico - e o DMAE os tem - não pode ser
diretor-geral do DMAE? Quem vai-me dizer que um químico - e o DMAE os tem - não
pode ser diretor-geral do DMAE? Administrador - e o DMAE os tem - não pode ser
diretor-geral daquele departamento? Economistas, idem.
Ora,
Srs. Vereadores, diretor-geral do DMAE é um cargo político. O diretor tem que
ter sensibilidade política e ter uma
estrutura - isso o corpo funcional do DMAE tem de sobra - para lhe dar
sustentação técnica. Essa é que é a verdade! Se não, nós não teríamos tantos
Vereadores desta Casa com um desempenho notável, nas Secretarias por que
passaram, sem serem técnicos. Eram agentes políticos com sensibilidade, que se
estruturaram com equipes de qualidade. Essa é que é a verdade!
Eu
peço o voto dos Srs. Vereadores, porque esse entendimento da Lei atual não tem
mais sentido hoje. Nós precisamos ter pessoas das várias profissões com capacidade para dirigir aquele departamento,
que vai continuar sim, com alta qualidade no seu desempenho, qualidade essa que
nós, nas nossas três administrações, melhoramos ainda mais. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós
entendemos que, para dirigir uma instituição pública, não há que se estabelecer
restrições e estreitamentos nas qualificações que devem existir na pessoa
daquele que se vai investir num cargo
de comando, seja de uma instituição financeira com uma estrutura especializada,
como denota a experiência que se pode trazer dos últimos sessenta anos, em que
marcadamente houve uma notável intervenção do Estado sobre a economia, trazendo
a si uma série de atividades.
Sabemos
perfeitamente bem que inúmeras entidades e exemplos foram trazidos aqui,
notadamente exemplos abonatórios da gestão e direção de entidades públicas,
seja em nível de administração centralizada, seja em nível de estatal, seja em
nível autárquico. Não é o pré-requisito da especialização na área afim que vai definir a competência
do dirigente daquela instituição.
Por
essa razão, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do PDT, que nesta
Casa tem votado todos aqueles projetos
que são oriundos do Executivo, avalia, sobretudo, aquilo que é a tônica dos 33
vereadores, mesmo do mais ferrenho oposicionista, que é o interesse público.
Ainda
ontem, o Prefeito Municipal Raul Pont, esteve nesta Casa e fez uma exposição para a Mesa Diretora e
Lideranças da Casa sobre problemas de ordem financeira que atingem os
municípios brasileiros em função de uma política cada vez mais centralizadora,
imposta pelo Governo Federal. Teve o apoio, para a busca de soluções, por parte
de todas as Lideranças partidárias que lá se encontravam.
Portanto,
vejam V. Exas que apesar da oposição que fazemos, aqui nesta Casa, a Bancada do
PDT, seja no coletivo, seja na individualidade, na figura do Ver. Elói Guimarães, seja na figura do próprio Líder
da Bancada, ou do Ver. João Bosco Vaz, não me refiro ao Presidente Nereu
D’Ávila, eis que o cargo de Presidente lhe dá
a condição de um magistrado, em todas essas circunstâncias, Sr.
Presidente, vamos avaliar um a um esses projetos e, no caso específico, desse
Projeto sobre a direção-geral do DMAE. É bem verdade que esse assunto foi
trazido à tona, quando o problema foi enfrentado de que a indicação para dirigir o DMAE não vai
recair sobre o engenheiro civil ou engenheiro sanitarista, é verdade. Foi
quando o problema surgiu, que a Administração Municipal procurou uma solução,
um equacionamento desse problema. Poderia
ter apresentado antes, antecipar-se ao fato concreto que obrigou a tomar
essa medida. Nós, com absoluta tranqüilidade, acreditamos que não é essa alteração, não é o fato de que não seja, no futuro, o engenheiro
civil ou o engenheiro sanitarista, que
vai diminuir a qualidade do trabalho do
Departamento Municipal de Águas e Esgotos.
Por
conseguinte, nós entendemos, Sr. Presidente, que o Projeto, efetivamente, nos seus conteúdos maiores tem
mérito e a Bancada do PDT vai votar favoravelmente a esse Projeto. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para
encaminhar.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, serei
breve. Confesso que quando este Projeto chegou
a Casa me preocupei, porque tinha uma idéia corporativista a respeito do
processo de designação dos diretores da autarquia da água. Mas amadurecendo,
com o correr do tempo, o pensamento a respeito do assunto, eu vejo que esta
Casa hoje está fazendo tempestade em copo d’água. Não é que um engenheiro e um sanitarista não sejam importantes para
um departamento como esse, da importância
que tem o DMAE, com o reconhecimento público que tem a nossa
autarquia. Mas já foi dito à exaustão
que o problema do DMAE, hoje , com a estrutura que tem, não é a de que o seu
diretor vá lá fiscalizar a qualidade da água. Ele tem funcionários abalizados
para que assim proceda.
O
Diretor do DMAE tem que ser um hábil negociador, alguém que enxergue além da
questão da água. Atrevo-me a dizer que, muitas vezes, alguém estranho ao item
específico é mais competente para detectar problemas do que os que estão
diretamente envolvidos com o assunto. Alguém de fora enxerga outras coisas que
não aquelas que enxergam os que estão dentro, restritos ao ciclo exclusivo da
competência da água ou do esgoto.
Senhores
Vereadores, eu penso que estamos laborando num excesso de corporativismo ao
fazermos esta exigência: de que a Lei permaneça. Não é desmerecer a qualidade
dos técnicos do DMAE, pelo contrário, é exaltá-las, e alguém que vai para a
direção do DMAE terá que ter esse compromisso e a habilidade de reunir, em
torno de si, os melhores e mais qualificados técnicos, para que a qualidade da
nossa água e o atendimento à nossa população seja o mais amplo possível.
Votemos a favor dessa modificação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
João Dib, o PLE nº 002/99. (Após a chamada.) APROVADO por 18 votos SIM e
09 votos NÃO.
(Lê.)
“Declaração
de Voto
Votei
favorável, posto entender que se trata de cargo de Direção e, como tal, a especialização
não é “condictio sine qua non”, do
ponto de vista técnico. Cargo de Direção, no campo administrativo de Órgão
Estatal (ministérios, secretarias, autarquias, empresas públicas e economia
mista) da União, estados e municípios, não prescindem desta ou daquela
qualificação profissional. O curso superior, salvo melhor juízo, é pressuposto
suficiente e bastante.
O
Projeto não tem efeito retroativo e, como tal, não tem o condão de convalescer
situação anterior, porventura, inquinada de irregularidade.
O
Diretor-Geral do DMAE é cargo de confiança do Prefeito, então não é a
profissionalização que retira a conotação política da indicação.
(a) Ver. Elói Guimarães”
Apregoamos
o PR nº 032/97. Com Emendas de n.ºs 1 a
19 e Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 6.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de
Ordem): Eu recebi várias
Emendas, inclusive consultei a Procuradoria desta Câmara que em um Parecer
muito sábio e alicerçado, recomenda-me que eu não aceite mais essas Emendas,
porque descabe a apresentação de emendas nessa fase da tramitação. Se V. Exa.
não tem, faço a entrega de todas elas.
O SR. PRESIDENTE: Quais as Emendas, então, que seriam
escoimadas, Vereador?
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de
Ordem): São as últimas
Emendas que foram adicionadas ao Projeto. A partir das Emendas da Annamaria
Gularte até as últimas que datam pouco mais de três ou quatro dias. Inclusive
uma, que eu mesmo assinei, num momento de “desatino”, levado pelo Ver. Juarez
Pinheiro, que me colocou em completa falta de equilíbrio.
O SR. PRESIDENTE: A Diretoria Legislativa informa que são
as Emendas nºs 16, 17, 18 e 19 que não foram aceitas por força regimental.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, eu quero
fazer um registro a V. Exa., que as últimas três Emendas apresentadas,
tiveram a aprovação de todas as
Bancadas, no sentimento de que deveríamos aproveitar este momento de alteração
do Regimento para fazer uma verdadeira adaptação do nosso Plenário, das nossas
Sessões, à realidade hoje vivida pelos porto-alegrenses, no sentido da
publicização feita pela televisão das nossas Sessões. O Ver. Pedro Américo Leal
foi o maior defensor desta idéia, foi o Vereador que, na Assembléia
Legislativa, se destacou pelo debate e, hoje, eu quero solicitar a V.
Exa., que não atenda o seu pedido e, se
o atender, será um dia de missa de réquiem, para um dos maiores parlamentares
deste Estado.
O SR. PRESIDENTE: Eu compreendo a intenção das Emendas, até
que se justificava, porque, mediante a averiguação dos Srs. Vereadores, alguma
ou outra Emenda poderia aperfeiçoar o Projeto. Para que fique claro a todos
aqueles que poderão assistir os nossos trabalhos, pelo Canal 16, que, mesmo com
as melhores intenções, mesmo com o consenso dos Vereadores, o Parecer jurídico
é embasado no Regimento, que é Lei. Então, a nós cabe apenas acatar a Lei.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de
Ordem): Claro. Não cabe
arrebatamentos.
O SR. PRESIDENTE: Não. E este Presidente não tem,
inclusive, competência para extrapolar aquilo que é lei. Então, eu tenho que
ficar adstrito ao Parecer. Portanto, aquelas Emendas não podem ser incluídas na
votação.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Exa., já
que houve um acordo, que seja suspensa a Sessão, no sentido de que aquele
acordo firmado por todas as Lideranças, possa ser reconstruído. Faço esse
apelo, porque é uma questão importante. O Ver. Hélio Corbellini, neste momento,
está estarrecido com a alteração do acordo firmado. Então, requeremos que V.
Exa. suspenda por breves minutos a Sessão, para ver se é possível a
reconstrução do acordo firmado na Sessão anterior.
O SR. PRESIDENTE: Isso no Parlamento é perfeitamente
cabível, porque os acordos existem. Já me referi à questão da lei; agora, quanto
à questão de acordos, podem ser feitos a qualquer momento.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h25min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h35min): Estão reabertos os trabalhos.
Houve
um encaminhamento positivo. Na verdade, da maneira como as coisas foram
colocadas, com o objetivo de mandar à Procuradoria para um Parecer, e ele veio,
isso só consagrou o que já sabíamos: depois da discussão, não podem entrar mais
emendas. Diante disso, não há Mesa, nem Comissão, nem Presidente que tenha
competência para passar por cima e recolocar as emendas. Assim, elas estão
expungidas do processo.
Ficou
acertado que essas boas Emendas, de nºs 16, 17, 18 e 19 serão melhoradas e
faremos um “bloco” de emendas que tramitarão paralelamente. Procuraremos apressá-las,
na medida em que são boas as idéias e aperfeiçoarão o Regimento, mas terão que
ter um processo próprio.
Há
um Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa solicitando o adiamento da votação
das alterações ao Regimento por duas Sessões. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 86/99, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa. O Ver.
Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho
aqui em mãos uma Moção de Repúdio assinada pelo Ver. Guilherme Barbosa. (Lê.)
“Moção de Repúdio à Guerra dos
Bálcãs, patrocinada pela Organização do
Tratado do Atlântico Norte - OTAN,
sem o aval da Organização das Nações Unidas - ONU.” Acho que todas as
guerras devem merecer o nosso repúdio, mas nós não podemos deixar de registrar
o nosso repúdio ao novo Hitler que surgiu no final deste século XX. O Presidente da Iugoslávia, com o tratamento que dá àqueles seus pobres vizinhos,
fazendo com que eles não possam
permanecer em suas casas, fazendo com que
atrocidades os persigam na sua
fuga da guerra, esse homem, o Presidente Milosevic, da Iugoslávia,
mereceria, por parte de toda a
humanidade, igual repúdio a este que
está sendo proposto agora pelo Ver. Guilherme Barbosa à Guerra dos Bálcãs.
Particularmente,
Ver. Guilherme Barbosa, voto favoravelmente à Moção de Repúdio proposta por V.
Exa., porque acredito que todas as guerras merecem o nosso repúdio, mas
acredito que o Requerimento de V. Exa. poderia ser complementado, estendendo o
repúdio à ação deste ditador iugoslavo, que está infelicitando o povo vizinho.
Estas ações da OTAN estão demonstrando que os soldados que estão em ação
naquele campo de guerra utilizam armamentos que não são tão precisos assim, que
demonstram - Ver. Pedro Américo Leal, V. Exa. que é um especialista nesta arte
da guerra, já que V. Exa. vem das fileiras do Exército - que com todo o
progresso da ciência não apenas aqueles povos que estão envolvidos no conflito,
e não apenas aquelas pessoas que são o objeto maior desta guerra é que sofrem
com ela. A cada ataque da OTAN, a cada disparo de um daqueles mísseis, nunca se
sabe se o objetivo para o qual foi endereçado o míssil será atingido. Quando abrimos as páginas dos jornais,
notamos que a OTAN, ao endereçar um míssil contra os seus inimigos, acaba
atingindo seus aliados.
É
muito difícil, hoje, ser aliado da OTAN. Se o Brasil estivesse numa guerra, eu
iria pensar duas vezes se eu gostaria que a OTAN estivesse com seus armamentos
e seus especialistas nos assessorando, porque eles estão demonstrando na
Iugoslávia que aquele guerreiro, aquele homem de guerra, que foi preparado
durante anos, através de laboratórios, comete tantas falhas e infelicita tantas
pessoas que, mais uma vez, esta guerra, até por estes erros todos, merece todo
o repúdio da sociedade do mundo inteiro, e é claro que merece também, como
vamos fazer neste instante, o repúdio desta Casa do Povo que representa a
sociedade de Porto Alegre.
Mas
eu reafirmo que não apenas a OTAN merece o repúdio. Eu tenho visto que as
moções que têm-se seguido aqui nesta Casa, contrárias a Guerra do Bálcãs, elas
têm como objetivo apenas a OTAN. Eu acredito que estes objetivos, estes
repúdios que são endereçados, através desta Casa, àqueles acontecimentos ali
nos Bálcãs devem, também, atingir o ditador Milosevic, porque, afinal de
contas, com as suas ações ele está demonstrando que no final deste século
existe um novo Hitler que deve ser combatido por toda humanidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por
solicitação do Ver. Guilherme Barbosa, está sendo analisada uma Moção de
Repúdio, que será enviada ao Consulado
Norte-Americano em Porto Alegre e ao Ministério das Relações Exterior em
Brasília, uma Moção de Repúdio à guerra dos Bálcãs, patrocinada pela OTAN, sem
o aval da ONU.
Eu
não tenho nenhuma dúvida de que a frase
de Luiz Fernando Veríssimo é correta. “A guerra dos Bálcãs, como a do Golfo,
está sendo um laboratório, como sempre foram em todas as guerras, para a
tecnologia militar e um comercial ao vivo para a industria bélica. Depois,
sempre haverá uma boa alma para consolar os mutilados”. Essa frase de Luiz
Fernando Veríssimo serve para os dois lados. Assim como há um indiscutível
aparato militar, tecnologicamente diferenciado das forças da OTAN, comandado
diretamente do gabinete da Casa Branca, do Presidente Bill Clinton, há também,
do outro lado, armas de grande potencial agressivo, manuseadas e comandadas por
uma dessas decorrências da barbaria, que fala Edgar Morin, chamado Slobodan
Milosevic, genocida, como todos os outros que alimentam esse tipo de guerra.
Pois,
eu acho que o repúdio deve ser encaminhado também para as repúblicas eslavas,
por quê? Porque a Iugoslávia era a síntese de sete tribos, entre elas, os
Montenegrinos, os Macedônios, os Sérvios, os Croatas, os Bósnios, todos eles
formavam um país integrado. Um país integrado, cuja união dessas antigas
tribos, fizeram a Iugoslávia. Um país, certamente, reunido por um cimento
socialista, no momento em que a utopia socialista desaparece, a Iugoslávia se
multiplica em sete pequenos estados. Aí, então, este cimento, o socialismo, que
unia esses estados, desaparece, da mesma forma que os 36 estados, hoje, da
antiga União Soviética. Então, o socialismo, no mundo, tem duas partes
puntiformes, em Cuba e na Coréia do Norte. Com o desaparecimento, a extinção da
utopia socialista do mundo, aquelas tribos que estavam unidas e que a sua
convergência era proporcionada pelo socialismo passaram a se desunir e a
regredir a um processo regressivo de barbárie. Esta barbárie que nos mostrou
nos últimos vinte e quatro meses a destruição total da Iugoslávia, pois, do
outro lado, e quero me referir a esse dado,
porque, às vezes, nos perguntamos por que tanta insegurança? Por que
seminários? Por que Audiência Pública na Câmara sobre segurança? Por que nós
vamos explicar que dois meninos, que foram abraçados pela ideologia
nazista, entraram em uma escola
americana e fizeram uma chacina matando um professor e doze alunos, e depois se
suicidaram. Por que esses meninos fizeram isso? No dia seguinte, no enterro dessas
crianças, o Presidente Bill Clinton perguntava à sociedade e à imprensa:
por que tanta violência? Só que ele esquecia que 48 antes ele tinha mandado
bombardear Belgrado. E aí este exemplo de violência vai se disseminar.
Por
isso, voto a favor da Moção de Repúdio à Guerra nos Bálcãs, mas gostaria muito
que estivesse incluída uma Moção de Repúdio a um louco chamado Slobodan
Milosevic. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta
Moção do Ver. Guilherme Barbosa, evidentemente, receberá a unanimidade da Casa.
Os discursos e as falas buscam
traduzir aqui algumas observações sobre o assunto. E aí as vozes da paz, as
vozes da democracia, as vozes da liberdade haverão sempre de se levantar contra
a guerra, porque essa destrói.
Mas
nós temos que admitir, Ver. Pedro Américo Leal, as possibilidades da guerra.
Por isso me preocupa o enfraquecimento do Exército Nacional e das Forças
Armadas, quando nós vemos que as guerras, contra as quais todos nos levantamos,
têm sido uma constante na história da civilização, na história dos povos.
Então,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Moção busca exatamente o repúdio daqueles
que defendem a liberdade, a paz, a
democracia.
Como
dizia anteriormente, nós também temos que repudiar a figura do dirigente
Milosevic, que com as suas armas e exércitos mutila os kosovares.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação nada mais é senão: primeiro,
para repudiar-se a solução encontrada através da guerra; segundo, para
admitir-se, vejam bem, que no curso da história guerras são uma constante.
Infelizmente, temos esta guerra e teremos,
infelizmente, tantas outras, e estas, por razões que não vamos analisar aqui,
podem vir para o chamado Terceiro Mundo, para o Continente Americano, Ver.
Américo Leal, dado os grandes interesses que estão por trás. Nós temos que
levar em conta isso. Os interesses econômicos, que, muitas vezes, não nos
parecem muito claros, podem estar por trás desses conflitos. Por isso que me
preocupa. Sempre me preocupa quando
vejo o enfraquecimento, e volto a repetir, das Forças Armadas, do nosso Exército Nacional. Com um País como
o nosso, com um País continental, com as riquezas que possuímos, como a
Amazônia, quando se enfraquece as Forças Armadas, nós temos que pensar nas
riquezas do País e na unidade nacional.
Então,
fica aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação a favor da
Moção que é uma forma de nos expressarmos, tanto quanto possível, na dimensão
da nossa possibilidade, contra este verdadeiro massacre que se faz contra os
seres humanos indefesos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar a Moção de Repúdio à Guerra nos Bálcãs, de autoria do Ver. Guilherme
Barbosa.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, está
terminada a guerra da OTAN. O nobre Ver. Cláudio Sebenelo, desta tribuna, citou
uma frase do Prof. Morin, e eu vou citar uma frase do Prof. Albert Einstein: “O
mundo é perigoso não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa daqueles
que vêem e deixam o mal ser feito”.
Nós
fizemos, aqui, por proposição do Ver. Líder do PT, Guilherme Barbosa, uma Moção
de Repúdio à OTAN. Não vai acontecer nada, porque a OTAN não se vai impressionar com a Moção de Repúdio
da Câmara Municipal de Porto Alegre. Mas fazer uma moção de repúdio à OTAN
seria, implicitamente, aplaudir Slobodan Milosevic.
Nós
vivemos um momento em que a guerra sustenta a economia de alguns países,
especialmente os Estados Unidos, sem dúvida nenhuma. E mais do que países,
sustenta algumas pessoas, umas poucas pessoas no mundo, e essas fazem as
guerras para que possam aumentar, em muito, os seus lucros.
O
que nós deveríamos repudiar é a guerra; nós precisamos mesmo é da paz. O
Slobodan Milosevic é um genocida, como foi dito aqui. É verdade, o mundo sabe.
A guerra da OTAN não foi feita para resolver o problema de um mal que alguém
viu e que não quer que seja feito. Não! Foi para vender armas. Uma metralhadora
disparando os seus dois mil tiros por minuto sustenta trezentas famílias por
uma semana. O mundo precisa mesmo é de paz, não de guerra. E as coisas são
todas complicadas.
Eu
ouvi o Ver. Pedro Américo Leal defendendo uma idéia que eu considero correta. O
governo brasileiro, agora, parece que deseja impedir a fabricação e a venda de
armas, especialmente a venda de armas no País.
Os
cidadãos corretos, dignos, decentes não podem comprar armas. Agora, os bandidos
continuarão comprando as melhores armas, que não são nem produzidas no País,
vêm via Paraguai, em navios que por aí aportam, trazendo fuzis que furam a
blindagem dos carros que transportam dinheiro.
Então,
vamos fazer uma Moção de Repúdio à OTAN. A OTAN vai ficar muito sensibilizada,
muito preocupada! E nós deixaremos continuar a indústria das armas no mundo
inteiro, que inferniza, infelicita a vida de todos nós. Se o dinheiro das armas
fosse usado para a paz - e é para isso que o mundo tem que ser sensibilizado -,
não haveria miséria no mundo. Os países da África, que sofrem enormemente, têm
“mix, fantons” e todos aqueles aviões complicados com mísseis e outras coisas;
mas a população passa fome. E aquela meia dúzia de apátridas, que não tem
pátria mesmo, que estão no mundo e não sabemos quem são - pelo menos nós, da
Câmara Municipal de Porto Alegre, não os conhecemos -, aqueles vão continuar
ganhando muito mais dinheiro. E nós vamos fazer uma Moção de Repúdio à OTAN,
deixando Milosevic de lado. Acho que deveríamos lutar é pela paz, fazer uma moção,
que também não teria representação para ninguém, reclamando contra a produção
de armas no mundo. Quanto custa um míssil? Quantos milhares de famílias seriam
sustentadas, durante um mês inteiro, com um só míssil? E um míssil tão bem
usado para destruir um prédio, que terminou destruindo outro, onde havia gente
que não tinha nada a ver com o assunto.
Realmente,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, me emociona a Moção de Repúdio à OTAN. Acho
que vai produzir efeitos extraordinários.
Encerro,
dizendo: saúde e paz; muita paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento nº 86/99. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento
nº 108/99, de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando Moção de Repúdio pelas
declarações do Prefeito Raul Pont, publicadas no Jornal Gazeta Mercantil, do
Rio Grande do Sul, em 3 de maio de 1999, quando considerou dispensável o
Parlamento.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, dado que o Sr. Prefeito Municipal enviou para esta Casa uma
nota dizendo que não foi sua intenção
utilizar aquelas palavras, e dado que
ontem ele veio a esta Casa para fazer mais um contato, aliás, um dos raros
contatos feitos com esta Casa, eu vou mostrar boa vontade para com o Sr.
Prefeito, a fim de que as relações possam melhorar e, quem sabe, possamos
produzir mais através dessas relações práticas favoráveis a Cidade, eu vou
retirar essa Moção, já que ela não foi
encaminhada por nenhum dos Srs. Vereadores, ela está apenas colocada na Mesa,
onde pedimos a renovação de votação.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, é um ato muito
importante o do Ver. Luiz Braz. Queremos registrar os nossos cumprimentos
e dizer que a nossa Bancada vai
trabalhar sempre nesse sentido. Sei também que a intenção do Sr. Prefeito é de
que as relações entre Executivo e Legislativo sejam o mais próximas possível.
Cumprimento o Ver. Luiz Braz.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Vereadores Luiz Braz e
Guilherme Barbosa. Portanto, está retirado o Requerimento.
São
18 horas e 11 minutos. Em votação a prorrogação desta Sessão Ordinária por até
duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADA.
(Obs.:
Foram aprovados os demais Requerimentos constantes da Ata.)
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h12min.)
* * * * *